Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

Ídolos. Vez por outra me pego refletindo sobre a importância de um ídolo para um clube de futebol. Porque não basta levantar títulos ou ter um estádio moderno, é preciso ter representatividade. E quando um jogador encarna isso, naturalmente se faz uma conexão direta entre time, torcedor e atleta. E nessa relação, títulos se tornam até pouco relevantes, mas não menos importantes para a construção desse tecido de conexão.

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Pois bem, a Lusa acertadamente reformou a área dos vestiários recentemente. E estampou ali as faces de atletas que representam à exatidão a palavra “ídolo”. Djalma Santos, dos anos 50; Ivair, dos anos 60; Badeco e Enéas, dos anos 70; Dener e Zé Roberto, dos anos 90. Todos merecidamente sendo retratados e muitos deles homenageados em vida. Tudo certo, tudo lindo, mas cabe a pergunta: cadê Capitão?!?

Eu, sinceramente, até me questiono por que não teríamos menção a Rodrigo Fabri, Zé Maria e Leandro Amaral e explico. Rodrigo foi o símbolo daquele time vice-campeão brasileiro de 1996, Leandro é o maior artilheiro do estádio do Canindé, deixando para trás a lenda Enéas. E Zé Maria, o segundo, não o que se transferiu para o Corinthians, foi um jogador de extrema identificação com as coisas da Lusa.


Mas ok… Eu até entendo que talvez um ou outro mencionado acima não esteja no nível dos homenageados nas paredes da agremiação. Só que Capitão, com todo respeito, está.

Tudo bem, tudo bem, Capitão, infelizmente, levantou quase nenhum título com a camisa da Lusa. Participou das campanhas memoráveis do clube, sem dúvida, mas além do Torneio Vicente Matheus, vencido diante do Corinthians, no Pacaembu, em 1990, não me recordo de nenhum outro caneco que Capitão tenha erguido com a camisa rubro-verde. Mas é justamente aí que reside o valor de Oleúde José Ribeiro, o Capitão.

Mesmo quando foi emprestado ao Tokyo Verdy do Japão e depois ao São Paulo Futebol Clube, Capitão nunca perdeu a identificação com as coisas da Lusa. Tanto que há levantamentos que apontam que o eterno camisa 5 rubro-verde foi o atleta que mais vestiu a camisa da Portuguesa.

Diante dessa representatividade e da garra que esse atleta sempre exibiu com as cores rubro-verdes, impossível não entrar no Canindé para um jogo de futebol e não lembrar de Capitão. Sua dedicação dentro de campo, caráter fora dele não podem ser substituídos por títulos e gols. Capitão transcendeu isso. Ele foi digno das cores rubro-verdes.

Entendo que nem sempre é possível homenagear a todos, claro. Há um espaço físico no contexto, mas não encontrar uma parede para que futuras gerações de atletas olhem, ao calçar as chuteiras, e vejam que depois de um Badeco, tivemos um Capitão, a mim, não faz o menor sentido. Não faz.

Porque Capitão, em anos sem qualquer título, nem os menos expressivos, nos representava no gramado. Ele era a encarnação da luta, da batalha, da entrega pela simbologia de um tempo que a Associação Portuguesa de Desportos era vista como grande, relevante e importante.

Portanto, Capitão, mesmo sem ter o teu rosto numa parede de vestiário, saiba, você está retratado na memória de qualquer torcedor rubro-verde. Porque você nos representou. Muito! E por isso e por tudo mais, muito obrigado!

* Maurício Capela é jornalista há 28 anos. Comentarista, já trabalhou em diversos veículos, como RedeTV!, 105 FM, Tropical FM, Veja, Valor, Gazeta Mercantil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA

31 comentários

  1. Eu nasci em 81 então não vi outros grandes nomes que passaram pela Lusa antes disso,… mas do que eu acompanhei se pedir para eu escolher 1 unico nome, esse seria o Capitão!! Saudades de um cara que REALMENTE VESTIA A CAMISA!!! Exemplo de integridade, profissionalismo e pessoa!!
    Ao capitão desejo só o melhor sempre!!!

  2. É melhor colocar do Palmeirense ZÉ ROBERTO!

    Diretoria BURRa só tem merda na cabeça…faz um museu, já que de futebol atual não conseguimos engrenar nada mais mesmo, é só nos esquemas do próprio bolso.

  3. Pode não ter sido um volante clássico, mas para mim, que acompanho a portuguesa desde os anos 60, o Capitão foi o jogador que vestiu com mais dignidade nossa camisa.
    Símbolo do jogador raçudo, que deixou no campo até a última gota de suor.
    Merece uma homenagem ao nível dos outros homenageados.
    Faltaram ainda Brandãozinho, Pinga e Julinho Botelho

    • Não te perguntei absolutamente nada seu Zé ruela, apenas coloquei pra saber além da injustiça com o capitão pra saber como é a diretoria também sou torcedor de arquibancada como a maioria , vai ver vc é puxa saco do Pinocchio castanheira

      • Marcos e José, eu comentei sim, pois trata-se de um caso de MP, más o moderador deste blog, não sei porque, não quis publicar sendo que não escrevi nada de mais, apenas tentei alertar a torcida sobre esse fato gravíssimo.

  4. Prefiro pensar que passaram batido quando tentaram encontrar o grande Capitão nas homemagens…..sinceramente….me faltam palavras para tamanho descaso. Quem esquece seu passado e sua gratidão por grandes jogadores que vestiram o manto rubro verde, não merece crédito algum. VERGONHA DESTA DIRETORIA

  5. Se pudéssemos contabilizar o suor derramado por cada atleta luso dentro do campo certamente Capitão ficaria em primeiro lugar e isso desde 1920 !!! Garra e determinação , amor ao clube incontestável !!! Sim , faltou Capitão ! Porquê faltou ? Quem não tinha o amor que esse atleta demonstrava pelas cores rubro verdes não vai ter o discernimento da justiça ! Desta forma fica claro porque esqueceram desse atleta ….

  6. Em se falando de jogador ninguém se entregou tanto em campo com o manto rubro verde ! É um símbolo dentro do clube ! Capitão é uma resposta aqueles atletas que fazem corpo mole ,caem no campo por qualquer encostada e aí eu incluo qualquer clube ! Capitão pode não ter ganho títulos ,mas ganhou o carinho eterno de todo torcedor lusitano ! Foi um coração desenhado , com a Cruz de Avis dentro !!!!

    • Para mim fez muito mais que ze roberto, lenadro amaral ( que só fala do Palmeiras ) ele tinha a raça não foi campeão pela portuguesa porque era praticamente sozinho nunca teve um time que o acompanhasse um eterno comandante

  7. Em 95 fez uma falta infantil e desnecessária no Silvinho, Marcelinho bateu, Bernardo marcou…nos fudemos!!! Em 96 saiu da linha de tiro no chute do Ailton, aliás se abaixou e virou o bumbum….nos fudemos!!! Herói ou Vilão??? Na minha modesta opinião colocaria a foto do maior patrimônio do clube…O TORCEDOR de arquibancada!!!

    • Em 1995 o Capitão fez sim falta desnessaria , más o goleiro da portuguesa saiu caçando borboletas, quanto a 1996 , no segundo gol do Grêmio o jogo poderia estar em 1 à 1 , já que a lusa teve uma boa oportunidade no final do primeiro tempo com Rogrigo fabri ( deveria ter chutado de primeira no contra pé do goleiro , más preferiu se enroscar com a bola até perder pro zagueiro do Grêmio no chute ) . A outra foi aos 15 do segundo tempo quando o Rodrigo fabri ficou sozinho no ataque e foi fominha e não passou a bola pro companheiro melhor colocado , avançou , chutou e o zagueiro Arce pôs o pé e travou o chute .

  8. Meu Deus, vcs estão cegos???? Foi colocado aqui neste Blog uma denúncia com fatos e provas irrefutáveis de negociatas e desvios de dinheiro dos cofres do clube em benefício próprio, entre o presidente(sic) e um ex-jogador, e vcs estão preocupados com a fotinho do Capitão, apenas um torcedor se pronunciou a respeito. ACORDEM.

  9. Capitão corresponderia a Wlademir do Corinthians em termos de garra e determinação! Só que Wlademir tem um busto no antigo Parque São Jorge !!!! E cadê o busto de Capitão no Canindé ? Depois dizem que português é burro ! Uma grande injustiça, somos asnos mesmo !!!!

  10. Djalma Santos só entrou na final de 58 contra a Suécia e ainda era jogador da Lusa ! Com um jogo ,foi eleito o maior lateral direito da Copa ! Mostrou tanta técnica que Zózimo nunca mais voltou ( bairrismo carioca dentro da antiga CBD ) ,..Em um dado momento dessa final histórica, deu um chapéu num atacante sueco e saiu jogando com categoria ,driblando mais um jogador adversário ! A torcida se levantou ! ….Acredito que Djalma Santos seja o maior jogador lusitano de todos os tempos , pelo menos o mais bem sucedido na carreira ! Essa camisa 2 da Portuguesa é o maior símbolo do nosso clube ! Alguém discorda ?

  11. Pessoal, tivemos grandes jogadores no passado sem dúvida algumas. Poderíamos citar além dos que já forma mencionados Felix, Rodolfo Rodrigues, Aguilera, Leivinha, Pinga, Roberto Dinamite, Ditão, Pampolini, Nair, Mendonça, enfim, tantos e tantos outros. Capitão sem dúvida merece ser homenageado também. Lembraram acima de algumas falhas dele: não acho justo pois todos nós cometemos erros. No entanto esse cara foi o que mais vestiu e defendeu nossa camisa. Que a diretoria corrija esse lamentável equívoco.

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