Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

Quem costuma ler esta coluna sabe que o colunista costuma alertar sobre os problemas que algumas vitórias escondem. Vencer sem saber como é o primeiro passo para deixar de vencer. Da mesma forma, jogar bem não garante necessariamente o resultado imediato, mas é um indicativo de que, a longo prazo, as vitórias serão constantes.

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O jogo com o Taubaté, porém, foi exceção. Mais que simplesmente jogar bem, a Portuguesa precisava vencer. Bem ou mal; goleando ou no sufoco; com tranquilidade ou com um gol de zagueiro aos 45 minutos do segundo tempo; tanto fazia.

Isso porque o time que deitou em todo mundo até a sétima rodada, somando 19 pontos em 21, vinha de uma sequência ruim de resultados (seis pontos de 15) e de futebol, apresentando um esgotamento físico e dificuldades para romper marcações. A Lusa tem sido um time estranhamente nervoso, apressado, afobado, capaz de complicar jogos teoricamente fáceis por falta de paciência para procurar por espaços.


Como a vitória é o único alimento da confiança, era necessário vencer o primeiro dos últimos três jogos que tem com a vaga já assegurada. Melhor ainda, sem viagens e com uma semana entre as duas últimas partidas, situação inédita na competição e que pode fazer com que o time chegue nas melhores condições possíveis no mata-mata, caso seja bem aproveitada.

Por isso o time quase todo titular esteve em campo. Ainda assim, afoito, afobado, apressado para definir as jogadas e errando sistematicamente ao pé da área do Burro da Central. E tendo lapsos de lucidez somente quando a bola passava pelos pés esgotados de Daniel Costa. Mesmo perdendo um pênalti. Mesmo cansado, era a partir dele que a bola tinha critério para não bater e voltar ou ser chutada de qualquer jeito para qualquer lado.

A vitória, no futebol, deixa tudo mais leve. Vencer em momentos-chave, como o jogo de ontem, pode significar a diferença entre o time chegar à fase aguda com a moral elevada ou mais pressionado que o sétimo ano seguido da Série A2 já naturalmente o faria.

Não é essencial fechar a fase em primeiro. Já apontei neste espaço que, desde que o atual modelo de competição foi adotado (16 times em turno único, semifinal e final), nenhum líder ao cabo da primeira etapa subiu. O importante é ir para o mata-mata nas melhores condições possíveis. Este pode ser o diferencial entre o acesso e o fracasso. E outro fracasso, honestamente, a torcida da Portuguesa não suporta mais.

* Marcos Teixeira, 43, é jornalista, lusitano e colunista do site Ludopédio.org

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