Na última quarta-feira (06), a Portuguesa testemunhou uma noite histórica. Os investidores da única proposta de SAF, que mostrou as garantias necessárias para a viabilidade do projeto, liderados por Alex Bourgeois e André Berenguer, apresentaram o plano para que a Lusa se torne uma SAF. Definitivamente, nunca houve uma conversa desse nível no Canindé. Para um clube que não tem planejamento para 5 dias, imagine ouvir que há algo para ser construído pelos próximos cinco anos, com metas, gestão e dinheiro.
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O detalhamento sobre os percentuais de divisão nas ações, a reestruturação do pagamento das dívidas, a remodelação do terreno e a construção de uma cultura de futebol, integrando base e equipe profissional, soam como um sopro de esperança. O projeto mostrou ao torcedor que há solidez na proposta e um futuro promissor batendo à nossa porta.
Historicamente, a Lusa nunca foi um clube rico. Apesar de grande parte da colônia possuir bastante dinheiro e influência na sociedade paulistana, muitos sequer possuem qualquer relação com o principal clube da colônia no país. O que nos ‘restou’ são os empreendedores do caos, os ‘grandes homens’ que afundaram o clube criminosamente, gestão após gestão.
Nos últimos anos, o nosso dia a dia tem sido buscar alternativas para a Lusa sobreviver, fugindo das penhoras e leilões do terreno. A dívida que gira em torno dos 550 milhões, nos sufoca e destroí qualquer planejamento para caminhar com as próprias pernas.
Em resumo, torcedor, ou assinamos com essa SAF, ou não teremos mais um time para torcer. Não há mais dinheiro, cotas foram adiantadas, rendas estão penhoradas e, em breve, nosso estádio voltará a ser leiloado. Entendo quem faça ponderações sobre alguns pontos do projeto que não estão claros, mas, repito: assinamos com essa SAF, ou não teremos mais um time para torcer!
Ao longos dos nossos 104 anos de história, vivemos o momento mais delicado. O futebol encareceu muito, a competitividade do campeonato paulista é elevada e, sem dinheiro, não haverá como sobreviver. Aliás, sem a mescla de gestão e dinheiro, quase ninguém sobrevive no futebol moderno.
Após a apresentação, só estão contra o projeto aqueles que possuem interesses escusos ou rabo preso com os arquitetos da destruição. Senhores de sobrenomes conhecidos que passam esse legado de incompetência de pai para filho (alguns tão eficientes nesse aspecto, passaram para os netos, irmão, sobrinhos, etc.).
Quem realmente ama a Portuguesa e quer a sua sobrevivência, depois dessa apresentação, sabe que a SAF é a última gota de esperança para que possamos ter um clube para amar até a nossa morte. A torcida presente na reunião mostrou que quem sempre vai definir o que é melhor para Portuguesa, somos nós! Resta-nos cobrar e exigir de cada associado (patrimonial), de cada conselheiro e de cada membro do COF que conhecemos, a aprovação do plano e a reestruturação profissional da Portuguesa.
Ninguém que fale em nome do clube definirá unilateralmente o que é melhor para nós. Nossa torcida já gritou o que quer e o que precisa ser feito. É urgente a assinatura do contrato! É fundamental ‘ir em frente para tirar a nossa Lusa dessa gente!’.
* Tiago Cabral, 33 anos, privilegiado por ter visto a última era de ouro da Portuguesa. Súdito de Capitão, cover fracassado de Clemer e o maior anticandinho do Pari. Corneteiro profissional com análises totalmente ácidas quando se trata da Lusa.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA