Após eliminação na Copinha, enfim, o ano de 2024 começa para o torcedor rubro-verde. Matamos um pouco da saudade assistindo a ótima participação da equipe treinada por Alan Dotti. Mas o que todo torcedor espera com enorme ansiedade é a chegada do Paulistão.
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É consenso que a Portuguesa brigará para evitar uma nova queda para a A2. Nesse mesmo balaio podemos colocar, por hora, como adversários diretos: Santo André, Inter de Limeira, Ponte Preta e Água Santa.
O fato de ser o único clube sem divisão nacional na competição e sem um ‘mecenas/investidor’ por trás, automaticamente, aumenta o desafio para montagem de um bom elenco. Porém, isso não pode servir, mais uma vez, como muleta para os dirigentes justificarem um péssimo trabalho. No futebol atual, que muitos dos jogos são televisionados e as estatísticas disponíveis aos montes em sites e aplicativos, o que se espera do departamento de futebol é coerência, planejamento e muito estudo para a escolha do elenco.
Olhando o plantel montado para este começo de campeonato, se comparado ao ano passado, no papel, nosso time melhorou, o que não é garantia de sucesso em um torneio de tiro curto, com jogos quarta e domingo sem interrupção. A construção do elenco foi uma mescla de jogadores remanescentes como Thomazella, Patrick, Chrigor, Paraízo e outros, junto com novos reforços, que apesar de terem tido algum momento de destaque na carreira, chegam a Portuguesa em baixa, casos de Ricardinho, Zé Ricardo, Giovanni Augusto e Henrique Dourado.
Essa receita para formação do elenco parece um filme repetido de 2023: Permanência de alguns atletas mesclando com jogadores chegando de temporadas ruins, vindos da reserva (grande maioria) nos seus clubes ou se recuperando de graves contusões. Apesar de serem atletas com currículo melhor do que o time do ano passado, esse histórico acende uma luz de alerta na cabeça do torcedor. Haverá tempo hábil para colocar esses atletas novamente nas suas melhores formas? O elenco dará ‘liga’? Ou sofreremos até a última rodada mais uma vez?
Os primeiros amistosos de preparação não dão uma ideia do potencial desse grupo. Geralmente, são partidas que a comissão técnica busca um foco maior em ritmo de jogo, organização tática e testes do time base. Aliás, o próprio dono da casamata rubro-verde é uma incógnita.
Dado Cavalcanti, que recentemente esteve na comissão técnica rotativa da seleção brasileira, chega sem grandes certezas de como será o seu trabalho. Possui um histórico recente bem ruim. A carreira promissora de belos trabalhos no Mogi Mirim e Paysandu, nunca se concretizou. Ano após ano tem pulado de time em time sem muito destaque. Resta saber se conseguirá dar um padrão para um elenco montado com seu aval.
Domingo nossas dúvidas começarão a serem respondidas. O primeiro adversário será um confronto direto, pontuar é necessário. Vencer é fundamental para nossa sobrevivência.
* Tiago Cabral, 33 anos, privilegiado por ter visto a última era de ouro da Portuguesa. Súdito de Capitão, cover fracassado de Clemer e o maior anticandinho do Pari. Corneteiro profissional com análises totalmente ácidas quando se trata da Lusa.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA