Marcos Teixeira: Dia de muito, véspera de nada

Mesmo para quem tem que contar as moedas, não é incomum que cortes em funções estratégicas custem mais que a economia que, se supõe, será feita

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Foto: Divulgação/Portuguesa

Há um provérbio português – creio eu que o seja – que diz que “dia de muito, véspera de nada”. Dias depois de ter a volta às atividades do Sub-15 e do Sub-17 do futebol masculino e do feminino, a Portuguesa anunciou a saída do gerente de futebol Eduardo Ferreira como parte da “reestruturação financeira do departamento de futebol” para a sequência da temporada.

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Sem meias palavras, trata-se de um erro. E dos grandes. Eduardo, que já vinha fazendo um excelente trabalho ao lado de Alan Dotti e César no Sub-20, pegou o touro à unha quando a dupla José Roberto Cordeiro e Edgard Montemor deixou o futebol do clube no meio da disputa do Campeonato Paulista, sendo uma das figuras que mais colaboraram para que a disputa do Paulistão não fosse um pesadelo.

A diferença entre o fracasso total e o pleno cumprimento dos objetivos foi quase nada, mas para que esse quase nada fosse alcançado, foi necessário muito trabalho de quem conhece.

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Não é fazendo cortes em uma função tão importante, envolvendo um profissional que desde que chegou demonstrou saber o que fazia, porque fazia e para que fazia, que vai aliviar os caixas do clube. Integrar o futebol de base com o time de cima, além da reativação das demais categorias que antecedem o Sub-20, era essencial não só para o sucesso, mas para a viabilidade da própria Portuguesa. Se reabilitar as camadas mais jovens da base foi um golaço da diretoria, a saída de Eduardo é, como se diz em Portugal, um falhanço. E daqueles como o do Bryan Ruiz no Sporting-Benfica que praticamente definiu a época 2015-16 a favor dos encarnados.

Segundo apurou o NETLUSA, o clube não buscará ninguém para a vaga e existe a possibilidade de um retorno. Ainda assim, trata-se da interrupção de um trabalho importante, pois, com a grana curta, será preciso de gente com créditos firmados e olhar apurado para que existam condições de se formar um time competitivo para 2025, ano de Série A1, Campeonato Brasileiro Série D e, possivelmente, Copa do Brasil.

Que essa economia não nos custe caro.

* Marcos Teixeira, 45, é jornalista, lusitano e colunista do site Ludopédio.org

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA


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