O jogo contra o Taubaté poderia ter tudo pra ser só mais um da Portuguesa nessa Série A2. Afinal, com a classificação garantida e o empate conquistado diante do vice-líder, Oeste, no sábado, as três últimas partidas soavam como mero ‘cumprimento de tabela’.
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Mas não foi bem o que se viu. Com um gol dos visitantes em menos de quatro minutos, deu pra sentir que boa parte da torcida já começava a se apegar ao ‘copo meio vazio’: “só marcamos um gol nos últimos quatro jogos”, “o time caiu de rendimento às vésperas das decisões”, “foi bom enquanto durou”, “já vi tudo…”.
A Lusa realmente deixou a desejar. Pouca organização e lances atabalhoados. Pênalti perdido. Ficamos com um a mais, mas por algum tempo continuamos com dificuldade pra chegar. O clima foi pesando.
Era mesmo um jogo que ‘não valia nada’? Perdendo, deixaríamos a liderança, duramente conquistada desde a primeira rodada. O invicto até outro dia passaria a ser o time de duas derrotas e um empate no último quinto da competição. Talvez parte dos aplausos sumissem das arquibancadas, as reclamações aumentassem, e fosse criada uma pressão desnecessária. Enfim, a receita perfeita pro bolo desandar.
Mas veio o empate. O gol do Léo Castro fez cair a ficha de muita gente: ainda estamos em primeiro! Outro astral.
Já nos acréscimos, depois de várias tentativas, veio a virada. Quem visse a expressão de alívio no rosto dos torcedores dificilmente diria que se tratava de um jogo para ‘cumprir tabela’. O contexto transformou a partida em decisiva. Talvez daqui a algumas semanas, a depender da classificação final da A2, olhemos para esse momento como um divisor de águas.
Mas sejamos realistas: o Taubaté nessa Série A2 é um time ruim. Até agora, só venceu Audax e Red Bull, os dois da zona de rebaixamento. Com um a menos desde os 41 do primeiro tempo, ainda meteram uma bola na nossa trave quando o jogo estava 1 a 0.
Se aquele chute entra, talvez a história fosse outra… Mas não entrou. Quem sabe não é a famosa sorte de campeão?
Esse elenco provou mais uma vez que não desiste até o último minuto, o que é crucial para um mata-mata. Ganhando, perdendo ou empatando, é o momento de a torcida fechar com o time até o final. Muita gente já entrou nesse espírito e apoiou o jogo todo, cada um ao seu modo. Lembremos que, se não subirmos agora, vai mais um ano até termos outra chance. Rumo ao tri!
* André Carlos Zorzi é jornalista, autor de “Para Nós És Sempre O Time Campeão – A Portuguesa de 1996” e coautor de “Lusa: 100 Anos de Amor e Luta”.
Em todos os jogos levamos sufoco nos 5/10 primeiros minutos, é preciso achar uma maneira de estancar isso, ou que ,pelo menos não levemos gol
Linda matéria, ainda ouço os Leões gritarem após o gol do Patrick, “a Portuguesa é o time da virada”……
Estamos devendo muito nesse futebol, ainda por cima com um a mais em campo, tá complicado acreditar na hora H.