Opinião: As dores do crescimento

Mais uma vitória na marra deixa a Lusa cada vez mais perto da vaga para a próxima fase, mas é preciso ter equilíbrio

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Foto: Dorival Rosa/Portuguesa

Na marra, na garra, do jeito que o torcedor forjado no cimento da arquibancada gosta. Foi assim que a Portuguesa, que jogou com um a menos por 83 minutos e teve que se aguentar por 16 minutos com nove em campo, venceu o confronto direto com o Juventus, no Canindé.

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O jogo desta quarta-feira é daqueles que serão contados aos netos por quem foi ao estádio como talvez a parte mais dramática de um cada vez mais palpável acesso. A empolgação é justificável, pois em sete jogos a Portuguesa já tem mais vitórias do que nas 15 rodadas da primeira fase da temporada passada (seis a cinco), quando se classificou na sétima colocação, com 22 pontos, só três a mais do que já somou quase na metade dos jogos disputados.

Seria motivo só de festa, como foi; de comunhão entre arquibancada e gramado, numa sinergia que há muito tempo, talvez desde 2011, não se via. E foi uma demonstração justa de carinho, confiança e apoio que, em condições normais, pode fazer a diferença a favor da Lusa lá na frente, quando o funil estreitar e começarem os mata-matas.

E é, mas não só.

Trata-se de causa e efeito. O Canindé pulsa cada vez mais porque o time tem empurrado a torcida, que retribui e serve como mola propulsora para que o elenco se sinta motivado, capaz e feliz. Quem não reage assim após uma epopeia como a que vimos, não tem coração e alma, e, como diria Eduardo Galeano, as canchas têm alma sim!

Mas essa energia toda também foi gerada pela dificuldade que a própria Lusa causou ao perder dois jogadores de forma completamente despropositada. Tudo bem que na expulsão do Eduardo, a sopradora de apito poderia ter mantido o cartão amarelo, pois não ficou clara a intenção de pisar no adversário – o que ocorreu também no pisão que Daniel Costa tomou no tornozelo depois de ele mesmo ter dado um carrinho temerário numa disputa de bola -, mas a expulsão também cabia. A outra, do Luizão, não tem nem discussão.

“Grandes conquistas são forjadas na dificuldade”, há de dizer o mais entusiasmado, mas os obstáculos já são grandes o suficiente, como enfrentar fora de casa o Linense, segundo colocado, sem parte importante da base de sustentação do coeso time de Sérgio Soares, que conta com muita gente já no estaleiro. Além dos dois expulsos, o ótimo Marzagão recebeu o terceiro cartão amarelo – e andou de mãos dadas com o perigo durante boa parte do Derbi dos Imigrantes – e também não irá enfrentar o Elefante da Noroeste.

Vitórias podem maquiar alguns erros, mas é melhor que sejam detectados com os três pontos ganhos do que com a torcida maldizendo as próximas 10 gerações dos envolvidos ali, atrás do túnel dos vestiários. Se Fernando Pessoa disse que quem queria passar o Bojador deveria ir além da dor, essas são as dores do crescimento que a Portuguesa precisa sentir para voltar a ter a sua dimensão histórica. Só não precisa doer tanto.

Ouça, na voz de Gomão Ribeiro, o gol da vitória da Lusa sobre o Juventus:

* Marcos Teixeira, 43, é jornalista, lusitano e colunista do site Ludopédio.org


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LUSITANO
LUSITANO
2 anos atrás

Concordo em tudo…. Parabéns pelo comentário… a torcida empurra o time porque o time “briga”, se desdobra nas dificuldades, tem garra como há muito não víamos… Ganhar e perder é do jogo, mas que seja sempre com muita luta.. É isso que queremos… Força LUSA!!!!

RODOLFO VICENTE TEIXEIRA
RODOLFO VICENTE TEIXEIRA
2 anos atrás

Matéria perfeita. VAMOS SUBIR LUSAAAAA, VAI LUSA PÔ!

Sergio
Sergio
2 anos atrás

Parabéns pelo texto, captou o entrelaçamento que está ocorrendo entre Portuguesa e Torcida.

Carlos Augusto Fernandes
Carlos Augusto Fernandes
2 anos atrás

Perfeito seu comentário ilustrou bem o que foi o jogo, mas por outro lado se formos ver a Lusa teve uma real chance de apliar o placar ,mas poderíamos ter sofrido menos VAMOS SUBIR LUSAAAASSAA

Ricardo Sampaio
Ricardo Sampaio
2 anos atrás

Perfeito!
LUSA!!!LUSA!!!LUSA!!!
Vamos à luta! E pelo jeito todos os jogos serão uma batalha para vencermos a guerra da série A2. \m/

alex
alex
2 anos atrás

Fui em todos os jogos de 2011 no Canindé, de fato não se via uma alegria tão contagiante da torcida…foi de arrepiar mesmo, e olha que sou critico pra caramba!

Edulusa
Edulusa
2 anos atrás

Chegou a nossa vez. Só manter a pegada que não tem erro. Time joga com vontade. Todos de parabéns mas as expulsões foram desnecessárias. Vai Lusa!

j alex atibaia
j alex atibaia
2 anos atrás

Análise perfeita, o próximo jogo será bem difícil com tantos desfalques – ORGULHO DE SER LUSA

Roberto Santos
Roberto Santos
2 anos atrás

Foi uma batalha, como serão todas as próximas

Roberto Santos
Roberto Santos
2 anos atrás

Foi uma batalha como serão todas as próximas

RODRIGO SERRA
RODRIGO SERRA
2 anos atrás

Orgulho de ser LUSA.
Eu que critiquei o planejamento e contratações duvidosas, estava ontem no canindé em êxtase !
Comissão técnica e jogadores ….
Obrigado por nos proporcionar o sentimento de querer ir ao estádio, levar a família e principalmente de ver a garra de vcs em defender nossas cores, que assim seja até o acesso .
Vamos subir LUSA!!!!

Mário
Mário
2 anos atrás

A expulsão do Eduardo Diniz é a deixa pra efetivar o Carlos Roberto. Além de jovem, marca melhor e tem uma velocidade absurda. Se bem trabalhado tem tudo pra ter uma brilhante carreira. Na torcida para ele jogar bem no Domingo e ganhar a confiança de todos.

Jaime Ventura
Jaime Ventura
2 anos atrás

Esta é a LUSA q queremos com garra, muito espirito de luta grande vitória parabéns a todos os jogadores, comissão técnica e aos torcedores q compareceram, vibraram e empurraram o time para superar as dificuldades e conquistar mais esta vitória.
Avante LUSA rumo a séries A. Presidente olhos bem abertos sempre tem alguém querendo nos prejudicar ( FPF e as arbitragem ).

Adalberto Ribeiro
Adalberto Ribeiro
2 anos atrás

Daqui para a frente a Portuguesa é ainda mais o líder a ser derrubado. Os adversários virão cada vez mais motivados e a concentração tem que ser total. A presença da torcida deve servir como motivação mas o time não deve entrar no oba-oba do já ganhou. Se as coisas andarem assim e a pegada for mantida, a chance de sucesso é enorme, porque o time está com muita fome.