Por mais que o cérebro soubesse que nas atuais condições de temperatura, pressão e direção não haveria outro destino para a Portuguesa, o coração teima em esperar por algo diferente. Por isso, jamais pensei que estaria fazendo contas sobre as chances do nosso clube escapar do rebaixamento à série D com quatro rodadas para o fim da competição. Acreditava que a esta altura estaria com a calculadora na mão para avaliar as diminutas chances de classificação, isso sim. Mas voltamos à velha rotina, e pior – assim como em 2014 -, com um time que não demonstra qualquer sinal de reação ou interesse de evitar o pior. (Pior para nós, da torcida, do resto não sei ao certo).
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O que a história dirá de nós afinal?
Bom, estamos com um ponto a menos do que o nosso adversário direto, o portentoso Macaé, que nunca disputou a série A do Campeonato Brasileiro (a Lusa acumula 30 participações). Nos critérios de desempate, o mesmo número de vitórias e o mesmo saldo de gols. A conta é simples: é preciso somar um ponto a mais do que o time carioca e torcer para conseguir um gol a mais de saldo ou fazer mais dois gols pró – a Lusa é o pior ataque da competição, com apenas 10 tentos marcados, contra 11 do seu rival (o segundo pior, ao lado de Guaratinguetá e Mogi Mirim).
Tanto Portuguesa quanto Macaé enfrentam o saco de pancadas da chave – o semi-amador Guaratinguetá, o que leva a crer que os dois conseguirão aos 3 pontos. Se bem que o nosso clube foi o único que conseguiu a proeza de perder para a equipe dirigida por João Telê, e os cariocas enfrentam o lanterna fora de casa. Mas vamos contar que os três pontos são favas contadas para ambos. É o mais provável
Restam as outras três partidas para cada a fim de resolver a questão do rebaixamento. A Lusa enfrenta o líder Guarani fora de casa, o Boa Esporte no Canindé lutando pela classificação às finais e o Tombense fora de casa. Acredito que o jogo crucial para a Portuguesa seria o da última rodada – os mineiros podem nos enfrentar já eliminados e sem o mesmo espírito de competição. Já o Macaé tem o Ypiranga em casa, o Juventude fora e fecha com o Botinha em casa. A seu favor, o retrospecto terrível do time de Erechim fora dos seus domínios e uma eventual classificação antecipada do clube de Ribeirão Preto que o faça poupar atletas na última partida antes dos mata-matas.
Para conseguir evitar a série D, estimo que a Portuguesa precise miseravelmente de 6 pontos – a vitória sobre o Guará e outra sobre qualquer um dos três adversários. E não levar nenhuma goleada nas partidas em que sair derrotada. O Macaé tende a somar 4 ou 5 pontos – a vitória sobre o Guará e empatezinhos contra Ypiranga e/ou Botafogo. Se o Macaé bater os gaúchos, nossa conta aumenta – vão ser precisos 7 pontos.
Ouvindo o cérebro e calando o coração, vejo nossa situação com pesar – acredito que o Macaé tenha 65% de escapar, enquanto nós apenas 35%. O problema não são as últimas quatro rodadas e sim a caminhada até aqui. E que não se esqueça dos responsáveis por deixar a camisa mais pesada da série C nessa situação.
Por Luís Alberto Nogueira