Zé Roberto, revelado pela Lusa, com a camisa da seleção (Foto:  NetBet/MF Press Global)

Em 20 de novembro de 2002 o Brasil entrava em campo para um amistoso contra a Coreia do Sul – assim como o que ocorre nesta semana. Com o penta recém-conquistado, Felipão já havia ido embora, e Parreira ainda não tinha sido contratado. A solução encontrada pela CBF foi uma homenagem a Zagallo, que fez sua última partida oficial como treinador de futebol.

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Você deve estar se perguntando: qual a relação que esse jogo tem com a Lusa? A princípio, não teria nenhuma. Mas uma lesão de Denílson fez com que outro atacante fosse convocado – ainda que muito provavelmente nem entraria em campo, já que estaria acompanhado por Ronaldo Fenômeno (Real Madrid), França (Bayer Leverkusen) e Amoroso (Borussia Dortmund). O escolhido foi o jovem Ricardo Oliveira, da Portuguesa.

O jogo acabou 3 a 2, e o lusitano nem chegou a jogar. Mas, que eu me lembre, foi a última vez que um jogador da Portuguesa foi convocado à seleção masculina principal de futebol. E lá se vão 20 anos!


Se na década de 50 a Lusa chegou a ser a base da seleção, e até o tri em 70 todos os títulos mundiais do Brasil tinham um jogador da Lusa no elenco, o tempo foi passando e as convocações diminuindo. Nos anos 1990, ainda tivemos Zé Roberto, Zé Maria, Rodrigo Fabri, César… A agenda cheia da seleção, que forçava escalações ‘alternativas’, também ajudava, como foi o caso da convocação do goleiro Carlos Germano à Copa das Confederações de 2001.

A decadência da Lusa também coincidiu com um aumento da disparidade entre o futebol europeu e o brasileiro. No jogo contra a Coreia de 2022, por exemplo, há dois atletas do Palmeiras, um do Atlético-MG, e o restante de ‘europeus’. Se nem os gigantes que disputam as principais competições conseguem emplacar muita gente com a amarelinha, imagine a gente.

Será que um dia veremos outro jogador chamado para defender o Brasil enquanto atua pela Lusa? Parece um futuro tão distante que nem faz tanto sentido pensar. Mas quem sabe?

Ainda que fosse algo esporádico… Lembro de um jogo contra a Bolívia em 2013, daqueles que convocavam só quem jogava no Brasil, que o Felipão chamou um atleta do Náutico, por exemplo.

Nem sei qual seria a nossa sensação. Eu com certeza acharia bem legal sermos lembrados, mas tem também o lado de perder um jogador que certamente é destaque no seu time pra provavelmente esquentar banco na seleção. Se for em véspera de partida decisiva, então…

* André Carlos Zorzi é jornalista, autor de “Para Nós És Sempre O Time Campeão – A Portuguesa de 1996” e coautor de “Lusa: 100 Anos de Amor e Luta”.

10 comentários

  1. Não. E explico, qualquer jogador que venha a despontar na portuguesa se for mesmo craque vai embora por 1 ou 2 milhões, se não for tão craque mas bom jogador qualquer quinhentinho
    leva embora. Enquanto a portuguesa não tiver “bala na agulha” que vai demorar bastante se não for comprada por algum “bacana”, não tem a minima condição.
    Realidade nua e crua.

  2. Sem dinheiro não há como manter grandes jogadores no elenco… Isso é um fato… Além do mais o Brasil tornou-se “trampolim” para qualquer jogador que apresenta um mínimo de qualidade… Nenhum “moleque” que fazer carreira no país… Sonha com times europeus… Dessa forma, o negócio é fazer como alguns outros clubes: formar, manter por algum tempo e vender por bom dinheiro… vide Santos, Fluminense, Palmeiras, São Paulo,…

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