Opinião: As urnas passam, a arquibancada fica

Que até o início da Série A1 tenhamos tempo de reatar os laços entre a torcida

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Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

As eleições de 2022 acabaram em 30 de outubro, e o placar final foi bem acirrado. Assim como no futebol, quem torce pra quem vence fica feliz, e os que apoiam quem perde ficam inconformados. Se entre familiares, amigos, colegas de trabalho ou estudo já nos deparamos com diversos casos de ânimos acirrados e cortes de relações, imagine entre uma torcida de futebol?

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Ainda que o pleito possa ser considerado um divisor de águas, um momento histórico – assim como aconteceu há quatro anos – a vida continua para todo mundo.

Eu entendo quem fica decepcionado com um amigo ou conhecido de longa data que tenha feito campanha para o lado contrário de forma muito assídua, ou em alguns casos, até ofensiva. Mas lembremos que em janeiro vem a Série A1, e ali estaremos todos no mesmo barco, e o que nos une por 90 minutos é a Portuguesa.

Espero que até lá a transição seja feita de forma pacífica e os ânimos tenham esfriado, porque as arquibancadas do Canindé vão precisar de harmonia. Alguém aqui deixaria de comemorar gol da Lusa se o atacante tivesse declarado voto em A ou B? Ou se incomodaria com um título conquistado na gestão de um dirigente que pense o oposto do que você?

Nós, que vivemos na mesma cidade que a Portuguesa, em janeiro estaremos sob o comando dos senhores Ricardo Nunes (prefeito, MDB), Tarcísio de Freitas (Governador, Republicanos) e Lula (Presidente, PT). Três pessoas diferentes, com ideias e trajetórias de vida diferentes, mas cujas decisões e atitudes impactarão nas nossas vidas.

Acho que dificilmente exista muita gente que seja grande fã dos três simultaneamente. Mas não é justamente essa a parte fascinante da democracia?

* André Carlos Zorzi é jornalista, autor de “Para Nós És Sempre O Time Campeão – A Portuguesa de 1996” e coautor de “Lusa: 100 Anos de Amor e Luta”.


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RODOLFO VICENTE TEIXEIRA
RODOLFO VICENTE TEIXEIRA
2 anos atrás

Por esses e outros motivos nossa torcida nunca cresce e só diminui com o tempo, VAI LUSA PÔ!

Mário
Mário
2 anos atrás

Nunes, Freitas e Silva todos tem o sangue lusitano… com também os Mendonça, Cavalcanti, Souza, Ferreira etc… espero que polacos, italianos, cosakos, afegãs, iranianos, nigerianos, tanzanianos etc que têm sangue (vermelho), venha pro Canindé e peguem o resto do traquejo verde que lhes faltam…enfim, Somos todos Lusa

Paulo D. Mendes do Amaral
Paulo D. Mendes do Amaral
2 anos atrás

Soh lembrando que o posicionamento politico-ideologico de alguem, eh um raio-x do caracter, valores e personalidade do individuo e muitas familias foram destruidas, com lacos familiares rompidos e se afastaram. As eleicoes passaram mas muitas familias jamais serao as mesmas e infelizmente separadas.