Renan confirma rescisão, nega ausência em treinos e garante: “Não tive intenção de desrespeitar a Lusa”

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Foto: Fernando Candia/Portuguesa

Lucas Ventura

O volante Renan não é mais jogador da Portuguesa. A confirmação foi do próprio atleta em entrevista exclusiva ao Portal NETLUSA, na noite desta quinta-feira. O motivo, segundo ele, não foi a sua ida ao estádio do Morumbi. Pelo menos de acordo com o presidente em exercício, Leandro Teixeira Duarte.

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“Hoje (quinta-feira) à tarde teve uma reunião com o presidente, que me disse que não tem mais condições de arcar com o meu salário, que já tenho cinco direitos de imagem atrasado e que não tem mais condições de me manter no grupo”, declarou.

Entretanto, antes a justificativa era outra. Pela manhã, quando chegou para treinar, o volante foi informado pelo gerente de futebol da Lusa, Carlos Eiki Baptista, que avisou que o jogador não precisaria se trocar. Tudo por conta do episódio envolvendo o São Paulo.

“O Carlinhos disse que não era para eu me trocar, porque eu fui no Morumbi e não pegou bem. Ele falou que eu estava afastado e o departamento jurídico ia tomar a medidas cabíveis. Mas o presidente depois veio conversar comigo e disse que não estava sabendo disso, e que foi ordem de outro diretor”, afirmou ele, que disse não saber quem é o dirigente, mas que confia nas palavras do atual mandatário rubro-verde.

“Prefiro acreditar no que o presidente disse olhando no meu olho, que a decisão foi por isso. Ele quer cortar os custos pela metade. Ele disse que eu não vou ser o único. Em duas ou três semanas mais jogadores vão sair”.

Confira outros pontos da entrevista:

NETLUSA: Você se arrepende de ter ido ao jogo?
Renan: Com a repercussão eu me arrependo, mas de ter ido, não. Como jogador da Portuguesa, eu já fui várias outras vezes no Morumbi, já fui no estádio do Palmeiras… Algumas pessoas tem o hábito de ir ao cinema ou ao teatro nos momentos de folga. O meu hábito é assistir futebol. Exemplo disso foi em 2014, quando um amigo me contou que tinha dois ingressos para a final da Liga dos Campeões. Compramos a passagem quinta-feira à noite para ver o jogo no sábado. Mesma coisa aconteceu na semifinal da Copa do Mundo entre Brasil e Alemanha. Morei sete anos debaixo das arquibancadas do Morumbi. É uma coisa que gosto de fazer. Gosto de reviver os momentos. Sempre que vou assistir aos jogos, subo as mesmas escadinhas. Revejo os seguranças e compartilho os momentos que tive com meu pai há anos, coisas que os torcedores da Portuguesa fazem hoje. Mas isso não quer dizer que eu não vivia pela Lusa.

NETLUSA: Muitos torcedores falaram em desrespeito…
Renan: Nenhum jogador que está na Portuguesa, torce para a Portuguesa. As pessoas torcem para outro clube. Elas vivem e amam a Portuguesa hoje, mas a liberdade deve ser respeitada. Ouvi muita gente falar que eu desrespeitei o clube. Respeito ao clube é eu não ter perdido um treino desde que cheguei à Lusa. Respeito é pegar cinco horas de viagem, tomar dois comprimidos para dormir e uma injeção para jogar, e no dia seguinte treinar. Respeito é ter jogado 90 minutos em todos os jogos e não pedir para ficar de fora de nenhum. Eu não tive intenção de desrespeitar a Portuguesa. Poderia ter, no ano passado, saído do clube. Tive propostas para receber muito mais, em equipe que sei que paga em dia e para jogar competição de mais alto nível… E sair do estádio ouvindo que sou mercenário, com cinco meses de direitos de imagem atrasado… Nunca fui na imprensa falar isso, colocar na conta da diretoria e tirar o meu da reta.

NETLUSA: Alguns torcedores dizem que você faltou em um treino porque foi fazer tatuagem. É verdade?
Renan: Óbvio que é mentira. É só perguntar para o nosso preparador (André Galbe). Eu fui de manhã, falei que passei a noite em claro, com febre e tomando antibiótico. O André falou para eu ir embora, mesmo porque estava suspenso para o jogo de domingo. Os caras falam muita merda. No jogo contra o Rio Branco, alguns torcedores me chamaram na grade e me humilharam. O estádio todo parou de ver o jogo para ver os torcedores fazendo aquilo. Eu fui o único jogador que foi naquela partida entre os não-relacionados. Isso é respeito. Agora a única coisa que posso desejar é muito boa sorte à Portuguesa, que é um clube que adoro, e não tenho medo nenhum de falar isso, assim como é com o São Paulo, que é o clube onde cresci e sempre me ajudou. E não vou deixar de torcer por causa de meia-dúzia de babaca. Quem me conhece, sabe muito bem do meu caráter, do meu profissionalismo e do respeito que sempre tive pela Portuguesa.


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