Lucas Ventura, para o Portal da Band
A crise financeira mais uma vez assola a Portuguesa, tradicional equipe do futebol paulista. Nesta terça-feira, os funcionários do clube se reuniram com o Sindesporte e decidiram entrar em greve após atraso nos vencimentos. De acordo com o que o Portal da Band apurou, os empregados estão sem receber há quatro meses.
Desse montante, um mês é de responsabilidade da Lusa, enquanto os outros três seriam pagos pelo Sindesporte (Sindicado dos Empregados de Clubes Esportivos e em Federações, Confederações e Academias Esportivas no Estado de São Paulo). No entanto, o dinheiro que estava preso na justiça, por conta da greve no fórum, foi repassado para Gislaine Nunes, advogada do atleta Marcos Vinicius e que tem uma ação trabalhista contra o clube.
“Fizemos uma assembleia nesta terça-feira e, por decisão unânime, os funcionários concordaram em iniciar a greve. Começa amanhã, às 08h”, disse Wagner Carmiato, diretor do sindicato.
O Portal da Band conversou com um funcionário, que pediu para não ser identificado. Visivelmente emocionado, o empregado lamentou bastante a situação precária do clube e dos seus companheiros de trabalho.
“Os funcionários não têm nem vale-transporte. Tem segurança que está passando fome, pegando marmita na churrascaria para levar comida para casa”, disse.
O profissional ainda explicou que a Lusa vem mandando todos os funcionários embora para não precisar arcar com os pagamentos atrasados. “A Portuguesa está mandando todo mundo embora, só para não ter de pagar agora. Vão receber só na justiça”, concluiu.
A insatisfação com o presidente Jorge Manuel Gonçalves também é grande. Os empregados acusam o mandatário de não aparecer no Canindé e não dar satisfação sobre os atrasos.
Os funcionários do clube já realizaram greve no início do ano, durante a gestão de Ilídio Lico, que deixou a presidência da Lusa logo depois. Na ocasião, foram pagos os meses de novembro, dezembro e o 13º, e os empregados retornaram aos trabalhos.
Foto: Sindesporte