Camisa 8 da Portuguesa no vice-campeonato brasileiro em 1996, Alexandre Gallo foi do céu ao inferno em 2005. Antes idolatrado pela torcida, o ex-volante tornou-se um vilão ao trocar a Lusa pelo Santos, durante o Campeonato Paulista daquele ano. Desde então, todas as vezes que retornou ao Canindé como técnico adversário, Gallo foi hostilizado pela torcida rubro-verde. Em entrevista ao livro ‘Para nós és sempre o time campeão’, de André Carlos Zorzi, o treinador se mostra arrependido por ter deixado a Lusa ‘na mão’, diz que voltaria atrás se pudesse e garante vontade de voltar a trabalhar no clube.
Contratado durante o Paulistão de 2005, Gallo comandou a Lusa em sete jogos e conquistou 11 pontos. Ele foi contratado após o início ruim de Zé Teodoro, que teve apenas dois pontos em seis partidas. “Quando tirei a Portuguesa da zona de rebaixamento, o Marcelo Teixeira me ligou e falou: ‘Ó, o Osvaldo saiu. Quero que você venha disputar a Libertadores como treinador’”, contou. “Se a gente pudesse voltar atrás na vida, mudaríamos muita coisa. Essa seria uma das coisas que eu mudaria”, garantiu.
O treinador admite que a troca foi um erro e que se arrepende. Mais, Galo ressalta que, se pudesse, voltaria atrás em sua escolha. “Infelizmente ficou esse ranço da torcida em relação à minha saída. Se existe um momento pertinente, talvez seja o seu livro, para dizer a eles que, para mim, também foi um aprendizado, e que se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Lamento isso, porque realmente foi uma inexperiência da minha parte”. “Todas as vezes que eu ia jogar no Canindé com outros clubes, parte da torcida era agressiva comigo”.
“Sem dúvida é um arrependimento que eu tenho. Hoje, com a cabeça que tenho, não faria isso. Continuaria na Portuguesa, porque o trabalho estava andando muito bem. Mas eu era um jovem treinador em 2005, tinha uns 38 anos, e quando a gente é jovem, em qualquer profissão, quer crescer o mais rápido possível. Depois, com as pancadas, as cicatrizes vão ficando em você, e você vai aprendendo. Foi uma saída abrupta, que o pessoal da Portuguesa me cobra até hoje. Uma falta de experiência que eu tive na época, com a ambição de disputar uma Libertadores”, complementou.
Questionado sobre uma vontade de retornar à Lusa novamente como técnico, Gallo foi taxativo: “Com certeza! Acho que as pessoas que trabalham na Portuguesa e me conhecem sabem o tanto que eu adoro o clube, o tanto que foi importante pra mim. Gosto muito de lá”, afirmou.
Por fim, Alexandre Gallo torce por uma reviravolta da Lusa e se coloca à disposição para o que for preciso. “Torço muito para que a Portuguesa possa voltar aos seus momentos áureos. O clube, quando joguei lá, em 96, era um dos grandes do futebol brasileiro em tudo: organização, pagamento, cumpria o combinado… Era realmente muito bom de se trabalhar. Lamento muito tudo isso que está acontecendo com o clube. Se um dia puder fazer alguma coisa para ajudar, vou estar sempre à disposição para dar a minha parcela de contribuição, porque a Portuguesa foi um momento muito importante na minha carreira”, concluiu.
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