Foto: Reprodução

A Portuguesa é um time de tradição. Completando 100 anos de existência em 2020, o time faz parte não só da história do futebol paulista, mas do nacional. E alguns fatos devem ser sempre relembrados, como seus jogadores ilustres que formavam um time de campeões, principalmente aquele da década de 50.

Entre 1952 e 1955 o time vivia seus melhores momentos quando venceu o Torneio Rio São Paulo. Mas o fator mais importante de todos era o fabuloso elenco que trazia, grandes nomes que se tornariam famosos tanto nacional quanto internacionalmente. 

Inclusive, vale lembrar o curioso episódio em que Diego Maradona foi oferecido à Portuguesa. Porém, o argentino era ainda muito jovem na época – tinha apenas 15 anos – e a diretoria preferiu não assinar um contrato.

No acervo da Lusa há uma lista com alguns dos principais nomes que vestiram a camisa. Inclusive houve até um quinteto formado por Ratinho, Leivinha, Ivair, Paes e Rodrigues, que juntos formavam o “Ataque Iê Iê Iê” na década de 60 e que viraram tema de um documentário:


Mas um dos primeiros nomes a se destacar foi Julinho Botelho (1929 – 2003): A Portuguesa o contratou em 1951, depois que ele começou a se destacar no CA Juventus. Sua passagem ficou marcada por grandes vitórias que o levou à Seleção brasileira de 1956. 

Em 191 partidas disputadas pela Lusa, Julinho marcou 101 gols. Mais tarde, saiu do Brasil para defender a Fiorentina, após assinar um grande contrato para a época. Até hoje o jogador é considerado um dos maiores ponta direitas do mundo. 

Outro nome que não deve ser esquecido é o de Enéas de Camargo (1954 – 1988), que marcou 171 gols entre 1971 e 1980. Ele contribuiu para o campeonato paulista e a Taça São Paulo de 1973 vestindo a camisa 8 e também foi destaque na seleção brasileira ao lado de Zico. Mais tarde também jogou no Bologna e Udinese na Itália.

Quem foi o maior artilheiro, porém, foi José Lázaro Robles, mais conhecido como Pinga (1924 – 1996): ele marcou 235 gols. Pinga, aliás, é um dos maiores artilheiros do Brasil, também se tornando artilheiro do Vasco da Gama, onde marcou 256 gols.

Outro grande nome sem dúvidas é o grande Djalma Santos (1929 – 2013), o maior lateral-direito de todos os tempos e que participou de quatro copas: 1954, 1958, 1962 e 1966. Mas tudo isso não seria possível se ele não passasse pela Portuguesa, primeiro time a assinar um contrato com ele. 

Entre 1948 e 1959 Djalma Santos defendeu diversas vezes a Lusa, se tornando o segundo jogador que mais vestiu a camisa do time, com 434 jogos disputados, ficando atrás apenas de Capitão.

Julinho Botelho e Djalma Santos (Foto: Reprodução)

Mas o clube também tem histórias tristes, como a de Dener (1971 – 1994): o jogador era ainda criança quando ingressou na equipe mirim da Portuguesa. Porém, devido dificuldades financeiras, teve que desistir do sonho, retornando anos mais tarde. Após ajudar a equipe a vencer a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1991, o jovem jogador passou à equipe profissional, chamando a atenção por seu estilo ligeiro. 

Dener chegou inclusive a fazer uma rápida passagem pela seleção. Porém, teve sua vida interrompida precocemente após sofrer um acidente automobilístico aos 23. Na época seu passe estava sendo negociado com o Stuttgart, da Alemanha.

Outros nomes inesquecíveis são Félix, que também defendeu a seleção nos anos 70, o volante Brandãozinho, Ivair (que marcou mais de 100 gols), Leivinha e Zé Roberto (que participou da campanha em que a Portuguesa ficou em vice no Campeonato Brasileiro de 1996). 

Entre os casos mais recentes, vale destacar a do goleiro Weverton, titular da “Barcelusa” que foi campeã da Série B em 2011. Hoje ele é figura constante nas convocações da seleção brasileira e um dos principais jogadores do Palmeiras na disputa da Série A, competição em que o Alviverde é apontado como um dos favoritos.

E aqui vai um parêntese: a Portuguesa foi chamada de Barcelusa por causa do excelente futebol apresentado em 2011. Naquela época o time bateu recordes no campeonato da Série B, tendo o melhor ataque, goleadas inesquecíveis e fazendo a segunda melhor campanha em pontuação da história do campeonato. Ao todo foram 23 vitórias, 12 empates e 3 derrotas em 38 partidas, marcando 82 gols.

Uma história marcante e Torcedores Famosos 

A Portuguesa nasceu em 1920 através da união de cinco times ligados à colônia portuguesa: Lusíadas Futebol Clube, EC Lusitano, AA Marquês de Pombal, AA 5 de outubro e Portugal Marinhense. 

Como não podia se inscrever no campeonato paulista, participou da competição ao lado da Associação Atlética Mackenzie. Porém, o acordo se desfez em 1923, ano em que a Lusa passou a disputar os jogos sem o Mackenzie.

Partida disputada na Ilha da Madeira na década de 1950 (Foto: Acervo da Lusa)

Em 1940 a Portuguesa passou a se chamar Associação Portuguesa Desportos, nome que carrega até hoje. Mas desde o início o time já mostrava um grande potencial, tendo vencido os campeonatos de 1935 e 1936. Mais tarde, também levou o campeonato de 1973. 

Antes de chegar ao Canindé, a Portuguesa teve outras sedes. A primeira delas ficava no Brás, no terreno que foi sede do 5 de outubro e Lusíadas. Mais tarde os treinos passaram a acontecer no campo da Companhia Predial Álvares Penteado, no Centro e depois no campo que pertencera à União Artística e recreativa Cambuci. 

Foi em 1956 que a diretoria adquiriu o terreno no Canindé. No terreno foi construída toda estrutura necessária para os treinos e inaugurado no mesmo ano. Nessa época o estádio era conhecido como Ilha da Madeira. Foi em 1979 que o local passou por uma grande reforma e foi rebatizado como Estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte (nosso Estádio Canindé) em homenagem ao antigo presidente do clube. 

A Lusa possui torcedores fiéis. Alguns deles bem famosos como o apresentador Zeca Camargo, os jornalistas Orlando Duarte e Flávio Gomes (da Fox Sports) e o maestro João Carlos Martins (que é torcedor desde criança). 

Quem também não esconde sua paixão é Jorge Nicola e o repórter Eduardo Affonso, ambos da ESPN. Isso tudo é reflexo de um dos times mais queridos do Brasil e que tem uma grande história. Palco de grandes partidas, o Canindé passa hoje por dificuldades, mas estas não apagam a memória daqueles que passaram por lá.

Veja também:

2 comentários

  1. Em 1975 quem gastaria US$ 150.000,00 em um jogador estrangeiro de 15 anos de idade? Hoje é comum vermos os grandes clubes gastarem fortunas com crianças com potencial, mas à época isto seria uma loucura, Podem perguntar alguém foi vê-lo jogar? Provavelmente não, mas isto também não quer dizer muita coisa pois o jogador pode não estar bem naquele dia. João Avelino, folclórico treinador que conhecia como poucos o futebol por este Brasil afora, poderia servir de exemplo com dois jogadores que foi avaliar. Em Nova Lima (MG) tinha a indicação dos dois zagueiros, Luizinho e Bosco, cravou Bosco que fez uma dupla de zaga horrível com Pradera e logo sumiu do Canindé enquanto Luizinho foi para o Atlético Mineiro e para a seleção brasileira. De Minas Avelino foi para Caxias do Sul ver o ponta esquerda Moisés. Aprovou e ele veio para a Portuguesa, aqui não punha o pé esquerdo na bola. Questionado respondeu que na realidade era ponta-direita e no único jogo que vestiu a onze foi para quebrar o galho.

ATENÇÃO: este é um espaço para debate saudável sobre a Portuguesa. Todas as mensagens e os seus autores são rastreados. Seja educado e respeite os colegas do site. O NETLUSA não se responsabiliza pelo conteúdo dos comentários.

Please enter your comment!
Please enter your name here