Opinião: Luis Ricardo, o maior jogador da Lusa no século 21

Ninguém teve mais conquistas com a Rubro-Verde desde o começo dos anos 2000

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Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

Quem é o maior jogador da Lusa neste século? Para mim, é o Luis Ricardo. Não consigo pensar em outro atleta que teve tanta importância em campanhas tão relevantes da Lusa a partir de 2001: o título da Série B em 2011, as duas ‘permanências’ na Série A, em 2012 e 2013, o título da Série A2, em 2013, e agora o acesso à Série A1, em 2022.

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A começar pelo fato de ser raridade um atleta ter vestido a camisa rubro-verde em cinco anos diferentes nos últimos tempos. Tirando o bom 2007 (vencemos a A2 e subimos na Série B) e o título da Copa Paulista de 2020, ele esteve presente em praticamente todos os nossos outros bons momentos do período.

E quando faço essa afirmação, me refiro especificamente a este século. Alguns nomes históricos como Capitão e Zé Maria também vestiram a camisa da Lusa recentemente, mas em passagens curtas, no fim da carreira, por isso não dá para considerar. Seus grandes feitos surgiram ao longo dos anos 90. E também me refiro especificamente ao desempenho na Lusa, então o Dida, por exemplo, não entra na conta.

Tivemos vários outros jogadores marcantes, mas poucos passaram tanto tempo e com tantas conquistas. Entre eles, me vêm à cabeça o Diogo, que conquistou os acessos de 2007 e fez uma boa Série A em 2013, o Valdomiro, que nos representou bem entre 2012 e 2014, e o Bruno Mineiro, que não teve títulos, mas foi decisivo nas suas duas passagens. Certamente estou esquecendo de alguns – fiquem à vontade para me relembrar nos comentários. Mas acho muito improvável que alguém mude a minha ideia de que o Luis Ricardo é o maior do século até agora.

Luis Ricardo na Lusa

Numa reportagem do site ESPN à época de sua apresentação, em 5 de fevereiro de 2010, é possível relembrar a fala do atleta em sua chegada: “Antes de acertar com a Lusa eu conversei com vários amigos. Me disseram que se trata de um time grande e que eu poderia vir de olhos fechados. Cheguei aqui e vi que era verdade. Fiquei surpreso com a estrutura do clube. Atuei como ala no Avaí, mas vim para jogar como atacante e espero marcar gols e corresponder à expectativa de todos”.

Veio para jogar como atacante, mas isso não durou muito. Se destacou mesmo na lateral. Em entrevista recente ao NETLUSA, o técnico Jorginho, responsável pela mudança de posição, relembrou como isso aconteceu. Segundo ele, um dia chamou o jogador para uma conversa no CT com o intuito de “saber o que ele queria da vida”: “já tinha dois anos [que ele estava] na Portuguesa e não conseguia nunca ser um cara que as pessoas gostassem dele”.

Isso é verdade. Lembro que naquela campanha em que batemos ‘na trave’, ficando em 5º na Série B de 2010, o nome Luis Ricardo não despertava grandes simpatias da torcida. Muita gente, inclusive, o chamava de Bozo – só alguns anos depois me caiu a ficha de que era o nome de um dos intérpretes do famoso palhaço aqui no Brasil.

A mudança de posição

As coisas começaram a mudar a valer na 5ª rodada da campanha que viria a ser conhecida como Barcelusa. Um empate em 1 a 1 contra o Barueri, fora de casa. Esse foi o primeiro jogo da Lusa que eu assisti fora da capital, marcou também a volta do Edno. Nosso lateral, o Marcos Pimentel foi expulso, e em vez de o Jorginho mexer no time, o Luis Ricardo, então no ataque, segurou a bronca.

“O Luis já jogou assim no Avaí, quando eles usavam três zagueiros. A nossa entrega foi natural. Para a vaga do Pimentel, tem o Luis, tem o Guilherme, tem o Henrique, que também pode jogar ali, além de outros da base”, dizia o técnico à época, segundo o site Terra.

No jogo seguinte, ele ganhou mais uma chance na posição. Marcou um gol de bico – mas foi contra, e quase custou alguns pontos para a Lusa, que ainda se recuperou e venceu o Guarani por 3 a 2. “Esse gol contra será recompensado. A torcida pode esperar que meus gols vão voltar a aparecer”. E não demorou a cumprir a promessa: aos 7 minutos do jogo seguinte, fez de cabeça e abriu a goleada por 5 a 0 sobre o Bragantino.

Seu desempenho na nova posição só foi melhorando. Insatisfeito com a reserva, o Pimentel pediu a rescisão do contrato poucas semanas depois. Vamos combinar que não fez falta. Ao término daquela Série B, a imagem do Luis Ricardo perante o torcedor lusitano já era totalmente diferente.

Nos dois anos seguintes, ele esteve em momentos ruins do clube, como o rebaixamento à A2, em 2012, e o 7 a 0 contra o Comercial no ano seguinte. Mas também foi peça crucial nas nossas respeitosas campanhas no Brasileirão de 2012 e 2013.

Depois, foi para o São Paulo, time no qual tinha marcado o gol da nossa derrota por 2 a 1 no Morumbi, pouco antes. Saiu de cabeça erguida, com o telão do Canindé relembrando alguns de seus momentos na Lusa no intervalo do jogo contra o Grêmio.

A volta

A porta da frente ficou aberta, e foi por ela que ele retornou anos depois, em 19 de novembro de 2021, como o primeiro reforço anunciado para a Série A2.

Muitos jogadores evitam retornar aos clubes em que tiveram uma história bonita no passado (e se as coisas não saírem como o planejado?). Acho compreensível, mas é muito legal quando alguém topa o desafio.

Seria injusto cobrar a um Luis Ricardo de 38 anos que apresentasse o mesmo futebol de mais de uma década atrás, mas ele teve sua importância na conquista deste sábado, mais uma para a sua lista – e eu espero que não seja a última.

* André Carlos Zorzi é jornalista, autor de “Para Nós És Sempre O Time Campeão – A Portuguesa de 1996” e coautor de “Lusa: 100 Anos de Amor e Luta”.


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Ilha da Madeira
Ilha da Madeira
2 anos atrás

Zorzi, Luis Ricardo é com certeza o grande símbolo da Portuguesa neste século, esteve presente em bons e maus momentos, não existe jogador que represente isto, o considero um guerreiro pronto para as batalhas, poderia ter evitado voltar para um clube em que deixou boa memória, porém o bom filho a casa torna.
Grande Luís Ricardo, para sempre em nossos corações, serve de exemplo para muitos jogadores que estão por aí.

RODOLFO VICENTE TEIXEIRA
RODOLFO VICENTE TEIXEIRA
2 anos atrás

Qui ele seja campeão da A2, fomos melhores até o momento, falta o título, que os Deuses do futebol presenteiem a Lusa.

Wilson luiz
Wilson luiz
2 anos atrás

Se considerar tantos momentos de Luiz Ricardo, certamente é o mais importante. Tecnicamente, vejo Edno e Marco Antônio, em um patamar acima.

José Cocovia
José Cocovia
2 anos atrás

Puro engano. Luis ticardo melhor jogador do século XXI na lusa??? Caraca, então o time estava mal mesmo…tem tantos melhores que passaram.