Foto: Reprodução/Lusa TV

A gestão do presidente Antonio Carlos Castanheira tem tido mais acertos que erros na condução do clube e acredito que isto seja ponto pacífico entre todos aqueles que analisam a Portuguesa isentos de viés político. Mesmo alguns pontos que hoje são vistos como equivocados, foram medidas coerentes, em princípio.

A escolha do nome de Flávio Alves para tocar o projeto do futebol no começo da gestão talvez seja a mais emblemática delas. Alves chegou ao Canindé tendo no currículo duas semifinais de Copa Paulista nos dois anos anteriores, por Atibaia e EC São Bernardo, tendo emendado mais duas – a primeira delas com o título – na passagem pela Portuguesa.

Como era este o caminho mais curto para satisfazer a urgência de ter um calendário nacional, o mais indicado seria alguém não só com experiência na competição, mas com bons trabalhos nela. Por mais que pareça clichê, quanto mais se conhece o caminho, menos penoso é o percurso.

Como o projeto fez água com a queda precoce na Série D, nada mais natural do que fazer as correções da rota. Por isso a chegada de um profissional como Toninho Cecílio deve ser vista com bons olhos, mais do que qualquer que fosse o treinador, pois uma coisa está ligada à outra, bem como a formação do elenco, inclusive nos critérios para enxugá-lo.


Erros como o inchaço do grupo de jogadores não podem mais ocorrer. Em 2014, naquela missa de corpo presente e de 38 rodadas que foi a disputa da Série B, um dos maiores erros cometidos pela direção foi ter um plantel com mais de 60 atletas, entre chegadas, afastamentos e dispensas na insana dança das cadeiras que foi o cargo de treinador da Lusa naquela temporada. É impossível trabalhar com esse excedente.

Então, cabe ao gerente de futebol se valer do bom nome que tem entre agentes e atletas (o chamado “mercado do futebol”) para reduzir ao mínimo possível os equívocos na formação do elenco que, em 2022, defenderá a Portuguesa no último ano da atual gestão, que não pode sequer sonhar em chegar ao fim do ano sem a garantia do calendário nacional na temporada seguinte, e, de preferência, com o retorno à Série A1 do Paulistão também na algibeira.

O mesmo se aplica ao planejamento que deverá ser feito para a disputa da Série D. Sem margem de manobra, a Lusa não pode mais entrar para disputar e ver no que vai dar. Será preciso montar um time com casca e que conheça a competição, bem como para tudo o que for disputado, pois não serve mais andar ao largo do rebaixamento, é preciso conquistar. Ou então um projeto com potencial enorme morrerá antes mesmo de aprender a andar sozinho.

* Marcos Teixeira, 43, é jornalista, lusitano e colunista do site Ludopédio.org

5 comentários

  1. Bla bla bla….uma série de obviedades. Quero ver montar este time sem dinheiro. Quero ver competencia pra contratar jogadores certos para os lugares cortos e que estes se entendam dentro de campo.

    • É por isso que a presença de alguém com conhecimento de mercado e bom nome entre quem decide onde os jogadores vão atuar é importante. Vai dar certo? Não há garantia nenhuma, mas o único caminho é esse. Fora isso, é contar com a sorte.

  2. Realmente a palavra-chave é competência. Lógico que transparência, honestidade e serenidade caminham junto. Como não canso de dizer, dinheiro ninguém tem neste lamaçal que são as divisões inferiores e torneios semiprofissionais que jogamos hoje em dia, infelizmente. Porém, times sem a mesma tradição e camisa da Portuguesa conseguem formar times bem melhores. Qual é a razão que faz com que nossa Lusa busque jogadores que não conseguem se encaixar em time algum? Por quê jogadores com currículo bizarro são contratados aos montes? Tomara que seja só incompetência e o fato de não entenderem nada de futebol. Que o Toninho Cecílio e equipe consigam trabalhar melhor que os anteriores.

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