A crise na Portuguesa parece nunca ter fim. Na tarde desta sexta-feira, no Canindé, os presidentes do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) renunciaram aos seus cargos.
Antonio Pinto Ribeiro, do Conselho, e Antonio Armênio Rodrigues Simões, do COF, protocolaram no clube uma carta em que informam as saídas. Além dos presidentes, também renunciaram os membros das duas mesas.
O grupo alega, entre outros, demora para o registro tanto do Conselho quanto do COF A falta da oficialização dos órgãos deixa sem validade qualquer ato das mesas, já que, como gestor, Alexandre Barros tem poder exclusivo no clube.
O estopim para a saída foi a assinatura do contrato para a realização da Feira da Madrugada, sem a anuência dos poderes da Portuguesa.
Confira na íntegra a carta de renúncia da mesa do Conselho Deliberativo:
Associação Portuguesa de Desportos
Sr Alexandre Barros – Presidente Diretoria Executiva
Assunto: Renuncia Mesa Diretora do Conselho Deliberativo da Assoc. Portuguesa de Desportos.
Em 29 de janeiro do corrente ano fomos democraticamente eleitos para dirigir os trabalhos da mesa diretora desse conceituado órgão para o biênio 2018/2019. Nossa chapa foi intitulada Estado Lusitano, composta por torcedores de arquibancada, e apresentamos como plataforma de trabalho a modernização do estatuto social, fiscalização e acompanhamento do patrimônio, transparência ao conselho e associados e a descentralização dos trabalhos.
Assumimos a mesa diretora sem qualquer transição de cargo e modus operandi, encontramos um conselho sem base inicial para os trabalhos, sem mão de obra, sem equipamentos, sem arquivos, sem computador, apenas um amontoado de caixas e papeis soltos à esmo em uma sala “escanteada” por essa diretoria executiva. Em 08/02/2018 protocolamos um pedido de URGÊNCIA endereçado à essa diretoria, o qual pedíamos basicamente informações a respeito:
Qual recurso financeiro disponível para as atividades do Conselho Deliberativo para 2018 e assim fazer uso de despesas de correio, publicação e registro em cartório?
Quais funcionários estão alocados para prestar serviço ao CD?
Quais os recursos materiais à disposição do CD? (computador, impressora, gravador, mobiliário)
Apresentação dos livros de ata e livros de presença nas assembleias devidamente registrados em cartório.
Apresentação de cadastro dos conselheiros com dados de sócio, data de associação, e eventual punição que o conselheiro possa ter sofrido.
Envio de posição financeira de cada um dos conselheiros
Continuamos solicitando essas cobranças, desta vez por e-mail em 21/03, 23/03, 28/03 e 12/04, sem que essa diretoria tenha sequer manifestado qualquer intenção de nos atender.
Pedimos seguidas vezes de forma informal apresentação da ata da reunião ordinária que V.Sa. presidiu em 29/01/2018 , e formalmente à dra Tatiana Morgado em 17/04 e novamente em 25/04, data essa onde tão somente recebemos resposta da dra Tatiana (e-mail respondido em 25/04 as 18:22hrs).
Em março a Mesa do Conselho Deliberativo em conjunto com a Mesa do COF efetuou a contratação de uma funcionária como prestadora de serviço em escala de meio período, paga por essas mesas, evitando qualquer desembolso à Associação Portuguesa de Desportos, embora entendemos ser uma obrigação da Associação, face à cobrança da taxa dos conselheiros criada para a manutenção dos trabalhos desses órgãos.
Nomeamos uma comissão de ética que acreditamos que terá sua condução baseada no cumprimento das normas e respeito à instituição.
Criamos uma base de dados que hoje nos dá condições de contatar boa parte dos conselheiros e acompanhar a sua presença nas reuniões desse órgão.
Criamos uma pagina em conjunto do conselho e do Cof no facebook para apresentar os trabalhos e informações que o associado, conselheiro e torcedor comum espera desse órgão.
Criamos um canal de contato junto á coletividade para captar sugestões e uma participação livre e apolítica visando a participação isenta para a reforma dos nossos estatutos.
A atual diretoria não se mostrou solidária às ações dessa mesa, e permanece na condição de Administrador Judicial sem que possamos ter nosso poder legalmente constituído, e, pior ainda, sem as mínimas condições de darmos sequencia ao trabalho digno que nosso amado clube merece.
Pedimos desculpas aos digníssimos conselheiros que acreditaram que poderíamos juntos fazer a “diferença”, àqueles que não acreditaram, pois esses também nos deram gana de trabalhar voltado ao cumprimento das normas do conselho e do estatuto atual. A Portuguesa de hoje não permite que pessoas de bem, possam participar dos poderes do clube sem que tenham sua vida profissional e financeira ameaçada e confundida com os processos judiciais da nossa associação; problemas financeiros que acabam por trazer negociações sem a transparência necessária ou mesmo trazida para o conhecimento prévio dos poderes com as quais não podemos compactuar.
O coração sangra nesse momento, a decepção ecoa em nossa face, mas a esperança de que outra mesa a ser constituída dando sequencia à semente de renovação e organização que procuramos dar nesse curto período de trabalho permanece viva.
Vamos à Luta oh Campeões , Da sua força toda certeza que tu és grande ohh Portuguesa !!
Antonio Sérgio Pinto Ribeiro – presidente
Adriano Marconato Moredo – vice-presidente
Artur Monteiro Vieira – 1° secretário
Carlos Eduardo Pinto Ramos – 2º secretário
LUSA EM PRIMEIRA MÃO
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