Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

O zagueiro Victor Ramos, que disputou o Paulistão deste ano pela Portuguesa e está na Chapecoense, publicou uma nota na última quarta-feira (10), assinada pelos seus advogados. No documento, o jogador nega envolvimento em esquemas de manipulação de jogos no futebol brasileiro.

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O atleta afirma não ter qualquer envolvimento com o esquema de apostas. Inclusive, de acordo com a defesa, eles frisam que “não houve aceitação ou recebimento de vantagem com a finalidade de manipular resultados ou provocar infrações”. Além disso, ressalta que o defensor não foi advertido com cartões e não cometeu qualquer pênalti em jogos que faz parte do objetivo da investigação.

De acordo com o MP-GO, o jogador aceitou receber R$ 100 mil para que ele cometesse um pênalti na partida contra o Guarani, que terminou com derrota lusitana por 2 a 1, no Brinco de Ouro da Princesa. O duelo foi válido pela primeira fase do Estadual. Contudo, as apostas não foram registradas por conta das ‘dificuldades encontradas pelos denunciados em realizarem outras apostas combinadas na mesma rodada’. Ou seja, o grupo não encontrou outros jogadores na mesma rodada do Paulistão para fazer uma aposta múltipla.


Sobre os prints de conversas de WhatsApp no celular de Victor Ramos que foram divulgadas após o aparelho ter sido apreendido em abril, a defesa afirma que a denúncia foi oferecida “com base, apenas, em prints parciais de conversas travadas no ‘WhatsApp’. Ainda assim, as mensagens demonstram um contexto diverso, revelando reiteradas recusas do atleta em participar de qualquer manipulação desportiva, juntadas pelo próprio MP. Essa prova eletrônica ainda terá sua validade verificada judicialmente”.

Sobre as investigações

A operação “Penalidade Máxima” teve início em fevereiro e busca provas de uma associação criminosa envolvida na manipulação de jogos. O esquema teria o objetivo de viabilizar as apostas em valores elevados. A partir disso, alguns atletas receberiam parte dos ganhos em caso de êxito.

Os jogadores seriam procurados com ofertas para lances específicos, como fazer um número específico de faltas, levar cartão amarelo, garantir uma quantidade determinada de escanteios e até ajudar na derrota do próprio time.

Com os acordos, os apostadores obtinham lucro alto, conforme informou o representante do MP-GO, Fernando Cesconetto. “Valores que variavam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil. Esses jogos seriam todos manipulados, variando eventos de cartões amarelos, pênaltis e outros. Arrecadamos materiais em diversos estados, como equipamentos eletrônicos”, afirmou.

Foram expedidos mandados de busca e apreensão nas cidades de Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).

Veja a nota de Victor Ramos na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO À IMPRENSA.

Diante do que está sendo especulado nos veículos de imprensa, no bojo de uma das fases da operação PENALIDADE MÁXIMA, deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), em que figura como um dos denunciados o atleta VICTOR RAMOS FERREIRA, e na condição de seu advogado nesse procedimento, esclarecemos que:

1 – VICTOR RAMOS tem cerca de 25 anos de carreira. Desses, 15 anos de dedicação ao futebol, atuando de forma profissional. Em todo esse período, jamais foi destinatário de qualquer investigação criminal ou apuração de conduta antidesportiva;

2 – Em 18 de abril desse ano, o atleta fora surpreendido com o cumprimento do mandado de busca e apreensão em sua residência, sendo apreendido seu aparelho telefônico;

3 – O jogador foi inquirido no Ministério Público e negou a autoria dos fatos. Juntou evidências nos autos da ação penal e pretende continuar colaborando com as investigações, e com a Justiça para comprovar, agora definitivamente, sua inocência;

4 – Destaca-se que a acusação não imputa a VICTOR a condição de integrante de organização criminosa, bem como não afirma ter o atleta praticado qualquer ato de execução com a finalidade de manipular a idoneidade e integridade do jogo. Objetivamente, o zagueiro jamais foi advertido com cartões, e não cometeu qualquer penalidade máxima em jogos que constituem o objeto da investigação;

5 – A denúncia foi oferecida com base, apenas, em prints (capturas de tela) parciais de conversas travadas no ‘whatsapp’. Ainda assim, as mensagens demonstram um contexto diverso, revelando reiteradas recusas do atleta em participar de qualquer manipulação desportiva, juntadas pelo próprio MP. Essa prova eletrônica ainda terá sua validade verificada judicialmente;

6 – Por fim, não houve aceitação ou recebimento de vantagem com a finalidade de manipular resultados ou provocar infrações. A defesa escrita do jogador será apresentada buscando sua absolvição sumária. Deve-se preservar a presunção de inocência de VICTOR RAMOS e observar a sua história no futebol profissional, evitando as consequências irreversíveis de publicações que buscam condenações apressadas e antecipadas.

Salvador, 10 de maio de 2023.

4 comentários

  1. Não tenho base para dizer se recebeu remuneração extra, mas que prejudicou a Portuguesa nos jogos que participou, prejudicou. O cara ruim, como conseguia ser titular?

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