Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

O placar foi elástico. O futebol convincente. Mas o adversário nem tanto assim. A Lusa goleou o “misto frio” do Santo André na estreia da Copa Paulista de 2023 por 4 a 0, sendo que poderia ter construído um resultado ainda mais elástico. Fez a lição de casa, a obrigação ou qualquer outra classificação que você deseje utilizar. Mas é isso, cumpriu.

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Agora, apesar do feito diante de um time repleto de jogadores do sub-20 e que no mesmo horário atuava com os titulares pela Série D diante do Resende, no Estado do Rio de Janeiro, há pontos bons e ruins. Mas vamos aos bons.

A Lusa apresentou um desenho tático definido, onde quando tinha a bola no campo de ataque, fazia uma linha de segurança na defesa, com três jogadores. A saber: Luís Gustavo, o lateral-direito, que não reúne cacoete de apoio, portanto, ficando na contenção. E ao lado de Patrick e Robson formaram essa trinca como uma trava de resguardo do time. Funcional, diria.


Já à frente dessa linha, Marzagão e Tauã, que se comportaram muito bem. Sem dúvida. Estão entrosados e sabem como se desenvolver dentro de campo.

No que diz respeito à criação de jogada, o desempenho rubro-verde chamou a atenção. Luiz Felipe, o camisa 10, em tese é responsável pelas articulações da equipe, mas não o único, porque Rone, colocado mais pelo lado direito, se comportou bem tanto na recomposição por aquele setor, como nas raras saídas de jogo naquele pedaço do gramado. Raras, porque a Portuguesa quase não agrediu o Santo André pelo seu campo direito de ataque. Um ponto a ser observado e monitorado pela comissão técnica. E eu acrescentaria, negativo.

Em boa medida, essa agressividade pelo lado direito não aconteceu, porque a Lusa se concentrou pelo lado esquerdo. Explico. Além do lateral Eduardo Diniz, que tem cacoete de ala e se manda mesmo em direção ao ataque, a Lusa teve por ali a movimentação do próprio Luiz Felipe e de Chrigor, o melhor em campo da equipe rubro-verde. Não só pelos gols, mas por toda a movimentação no jogo.

Sem a clara mobilidade por dentro, quem aparecia muitas vezes por ali era o próprio Rone e também Paraizo, que mostrou a costumeira vontade, mas agora mais vertical, o que é interessante, porque ele reúne condições para se destacar nessa competição.

Mas resolvi deixar o ponto alto de observação para o fim. Mesmo depois de promover as trocas na equipe, a Lusa manteve o padrão tático. Não fez oba-oba. Não teve olé. Não teve desconcentração. Manteve o volume de jogo. E a seriedade.

Isso a mim mostra que o aspecto psicológico está fortalecido. Não se envaideceu pelo resultado e isso foi o melhor sinal que veio do campo.

Muito embora tenha sido uma estreia exitosa, a Lusa precisa olhar com seriedade, a mesma, para o próximo adversário, o São José fora de casa. Jogo complicado, porque a equipe é bem treinada e atuará dentro de seus domínios.

Portanto, a receita é aquela. Euforia na arquibancada, seriedade no campo e crença nas concepções técnicas e táticas, porque o cartão de visita foi bem apresentando no último sábado.

* Maurício Capela é jornalista há 28 anos. Comentarista, já trabalhou em diversos veículos, como RedeTV!, 105 FM, Tropical FM, Veja, Valor, Gazeta Mercantil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA

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