Ex-zagueiro da Lusa é investigado por possível manipulação de resultados

Ministério Público de Goiás cumpriu mandado de busca e apreensão contra Victor Ramos, que disputou o Paulistão pela Portuguesa

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Foto: Ronaldo Barreto/NETLUSA

O Ministério Público de Goiás cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o zagueiro Victor Ramos, que disputou o Paulistão deste ano pela Portuguesa. A ação faz parte da Operação Penalidade Máxima, no qual o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) investiga a manipulação de resultados no futebol brasileiro (veja a nota do MP-GO no fim do texto).

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O jogador, que atualmente defende a Chapecoense, teve o celular apreendido e foi conduzido para depoimento. O clube catarinense se informou por meio de nota (confira no fim do texto). Por sua vez, o agente do defensor, Lucas Reis, afirmou à coluna do jornalista Eduardo Florão que o atleta nunca teve participação em operações de manipulação de resultados e apostas esportivas.

Segundo o repórter Rangel Agnolin, da rádio Oeste Capital FM, de Chapecó, Victor Ramos foi procurado por apostadores para cometer pênaltis durante o Campeonato Paulista deste ano. No entanto, de acordo com o jornalista, o defensor teria negado o pedido. Além do zagueiro, ainda estão sendo realizados outros 20 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva.

O zagueiro chegou à Lusa em dezembro de 2022 para a disputa do Paulistão. Aos 33 anos, Victor Ramos foi titular da equipe nos sete primeiros jogos. Inclusive, como capitão em algumas oportunidades. Contudo, o defensor foi dispensado em fevereiro, ainda no decorrer do Estadual.

Sobre o caso

A operação “Penalidade Máxima” teve início em fevereiro e busca provas de uma associação criminosa envolvida na manipulação de jogos. O esquema teria o objetivo de viabilizar as apostas em valores elevados. A partir disso, alguns atletas receberiam parte dos ganhos em caso de êxito. A estimativa é que cada suspeito teria recebido entre R$ 50 mil e R$ 100 mil por aposta. Os jogadores eram procurados com ofertas para lances específicos, como fazer um número específico de faltas, levar cartão amarelo, garantir uma quantidade determinada de escanteios e até ajudar na derrota do próprio time. Com os acordos, os apostadores obtinham lucro alto.

Existem elementos que mostram que o grupo participou de ao menos três jogos da Série B de 2022, com esquema que pode passar dos R$ 600 mil. São eles: Tombense x Criciúma, Vila Nova x Sport e Sampaio Corrêa x Londrina. Além dessas partidas, outros dois duelos também podem ter sido vítimas dos apostadores.

Já foram expedidos mandados de busca e apreensão nas cidades de Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).

Confira a nota do MP-GO:

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), deflagrou na manhã de hoje (18/04) a Operação Penalidade Máxima II, visando a obtenção de novos vestígios da atuação de organização criminosa com atuação especializada na manipulação de resultados esportivos de jogos de futebol profissional – inclusive do Brasileirão Série A.

Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha concretamente atuado em pelo menos 5 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em 5 partidas de Campeonatos Estaduais, entre eles, os campeonatos Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista, todos deste ano.

Estão sendo cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de 6 estados, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.

Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).

Os Gaecos dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e do Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, dão apoio ao cumprimento das diligências.

Trata-se de desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro de 2023 a qual resultou no oferecimento de denúncia, já recebida pelo Poder Judiciário, com imputação dos crimes de integrar organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.

Veja a nota da Chapecoense na íntegra:

A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade.

A respeito da “Operação Penalidade Máxima” e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó – envolvendo um jogador do clube – a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta.

Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso.


17 comentários

  1. Lá vem outra vez com notícias que não tem nada a ver com o nosso time. Pelo contrário, estão sempre misturando o no clube com notícias más. A final de contas vocês querem denegrir a imagem da Lusa? Não, mas é o que parece. Meu Deus. Como diz o bom Português…. Fodasss se.

    Divulguem coisas boas, notícias das categorias de base, outras modalidades, etc, etc

  2. Segundo o que eu entendi a investigação é sobre o último Paulistão
    E também fala sobre pênaltis que ele de propósito teria cometido
    A primeira pergunta, pq a Chapecoense soltou uma nota defendendo o atleta e a Portuguesa não, ele jogou o Paulistão pela Portuguesa
    A segunda poderia ser respondida pela NETLUSA, consta quantos pênaltis ele cometeu no Paulistão? Algum causou estranheza?
    E claro em se tratando de Portuguesa, corremos algum risco?

  3. Mais uma denúncia grave que não vai dar em nada porque nesse clubeco é normal! Tem um jogador que fez uma manipulação muito pior, que quase fez o clube fechar as portas, e hoje trabalha na imprensa e ainda fez aparição na TV visitando o clube! Entrando pela porta da frente! Várzea é pouco pra isso!

  4. Foram dezenas de atitudes estranhas dentro e fora de campo que provocaram a sua saída da Lusa. Agora tudo se encaixa. Lembro que ele brigava com o técnico e não aceitava ficar na reserva, não se relacionava com os jogadores e entregou a Lusa em pelo menos três jogos no paulista até ser mandado embora.

  5. Devemos sim agradecer a NETLUSA pelo que nos informa no dia a dia pois não fossem os próprios não teríamos nem transmissão de jogos , sem notícias não existe jornalismo , outra coisa :não gosta , NÃO LÊ!

  6. Toda publicidade é valida, a Portuguesa se encontra no ostracismo há uma década, e mesmo nos seus melhores anos, a imprensa unca lhe deu a menor importância, imagine agora… Então acho válido até esse tipo de nota de rodapé é valido, já que muitos não lembram sequer que ela existe!

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