Goleira Didi, que defendeu a Seleção Brasileira, levanta o caneco de campeã paulista de 1998 (Foto: Museu Histórico da Portuguesa)

Nesta terça-feira, 10 de agosto, as Leoas lusas dão o pontapé inicial a mais um Campeonato Paulista e em solo sagrado, o Canindé.  A adversária é a simpática equipe da Realidade Jovem, às 15h. A Portuguesa tem uma longa história no futebol feminino e a sua origem possui algo em comum com o que aconteceu no futebol masculino da Lusa.

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Os meninos lusos, nos seus primeiros anos, vincularam-se a uma universidade, o Mackenzie, surgindo daí a Portuguesa-Mackenzie, como ficou conhecida na nossa história. Com as meninas não foi diferente. O futebol feminino surgiu através de uma parceria com a Universidade Sant’Anna, hoje chamada UniSantana, isso graças ao apoio de Leonardo Placucci, torcedor rubro-verde, reitor da referida Universidade e amante da prática e desenvolvimento dos esportes amadores. Lusa-Santana foi como ficou conhecida a equipe.

Aliás, a era de ouro do futebol feminino na Lusa foi durante a referida parceria. 


A Portuguesa montou grandes times com jogadoras que se tornariam famosas chegando a Seleção Brasileira, como por exemplo a Formiga, uma das mais longevas atletas nessa modalidade. Muitas conquistas foram alcançadas nessa parceria que resultaram em vários troféus que estão expostos no Museu Histórico da Portuguesa.

A maioria dos títulos conseguidos foi na época da parceria, quando as rubro-verdes foram campeãs paulista e brasileira. Vejamos alguns:

Vice-campeã da Copa Ouro ano de 2021

Vice-campeã Brasileira da série B ano de 2017

Quarta colocada no Campeonato Paulista ano de 2012

Troféu Rede Vida ano de 2010

Campeã Paulista de Futebol ano de 2002

Campeã Brasileira ano de 2000

Campeã Paulista (campeã invicta) ano de 2000

Vice-campeã Paulista ano de 1999

Vice-campeã Brasileira ano de 1998

Campeã Paulista ano de 1998

Vice-campeã Brasileira ano de 1997

Quarta colocada no Campeonato Paulista ano de 1997

Fora outros títulos em torneios de curta duração. 

Amilcar Casado beija a taça de Campeã Paulista de 1998

Infelizmente na época em que a Portuguesa foi tanto campeã quanto vice-campeã brasileira, ainda não havia a disputa da Taça Libertadores da América e, assim, não se pôde disputar o principal torneio da América do Sul.

A maior goleada da Portuguesa ocorreu em duas oportunidades, a primeira foi no ano de 1999 quando as Leoas Lusas venceram por 20 a 0 a equipe da União Suzano, jogo válido pelo Campeonato Paulista e disputado na cidade de Suzano. Já a segunda vez ocorreu em 2000, também pelo Paulistão, na ocasião a adversária foi a Capivariano e os 20 a 0 novamente se repetiram. 

Algo bem interessante a ser contado é o confronto Lusa x Palmeiras, as meninas red-greens conseguiram três títulos sobre as esmeraldinas, e sempre com placares elevados:

Em 2000 as rubro-verdes foram campeãs paulistas vencendo o Palmeiras por 5 a 1. Nesse mesmo ano no estádio Parque do Sabiá as Leoas foram campeãs brasileiras vencendo as garotas do Palmeiras por 4 a 1 (temporada 1999-2000). Em 2002 de novo as meninas lusas foram campeãs paulistas sobre as garotas do Palmeiras, e de novo 5 a 1 para o time rubro-verde.

As leoas lusas são uma verdadeira pedra no sapato das esmeraldinas!!!

Outro placar que vale a pena ser contado foi contra o Atlético Mineiro pelo Campeonato Brasileiro da Série B, quando as Leoas venceram por 6 a 0 no sempre querido Canindé, isso em 2019.

Uma marca que dificilmente será quebrada na Portuguesa, seja no futebol masculino ou feminino, é a do treinador Prisco Palumbo. Esse brilhante profissional está à frente das Leoas lusas desde o longínquo ano de 2010, lá se vão 13 anos sempre como técnico das meninas. Até agora, Prisco Palumbo, já comandou, no mínimo(*), 223 partidas da Portuguesa com 82 vitórias, 32 empates e 109 derrotas. Ao todo a equipe lusa marcou 377 gols e sofreu 420 tentos. E esses números vão subir ainda mais, já que Prisco ainda é o treinador das Leoas.

É de bom tom lembrarmos de Wilsinho, ponta esquerda da Portuguesa no título de 1973, que foi o treinador das Leoas na época da parceria com a Universidade Sant’Anna e conquistou vários títulos.

Quanto à tábua de artilharia das leoas rubro-verdes, excluindo-se os anos da parceria com a Universidade Sant’Anna que ainda estão sendo levantados, a jogadora Juliete (Julieta Silva de Oliveira) é quem lidera o ranking das artilheiras, marcando ao todo 27 gols entre os anos de 2011 e 2014.

Já a jogadora Day (Dayana Dias dos Santos Silva), com a mesma observação mencionada acima relativa aos anos da parceria, é a atleta que mais vezes defendeu a linda camisa rubro-verde: 138 partidas, jogadora que atuou entre o ano de 2010 e 2021, não de forma contínua, pois saiu e voltou para a Portuguesa em várias oportunidades.

Algumas jogadoras da Lusa também foram as principais artilheiras do campeonato Paulista:

Tiganinha (Adriana Aparecida Costa), que jogou na Portuguesa na temporada de 2011, foi a artilheira do Campeonato Paulista com dez gols daquele ano.

Grazi (Grazielle Pinheiro Nascimento), com nove gols foi a artilheira do Paulistão do ano de 2014.

Quanto a convocações para a Seleção Brasileira, várias defenderam a amarelinha, vale destacar aqui quando o Brasil foi campeão da Copa América de 1998 disputado na Argentina. O time campeão contou com as seguintes jogadoras da Portuguesa: Didi Barreto (goleira); Valéria (lateral); Priscilla Oliveira “Pri Bolinha” (meia); Fabiana Vinceste (meia) e Maycon (atacante). Muitas dessas disputaram a Copa do Mundo no ano seguinte nos EUA.

Fica aqui nossa torcida para que as Leoas rubro-verdes possam fazer boa figura no Paulistão e se classificar para o Brasileirão.

Vai Lusa!!!!!

(*) coloquei no mínimo, pois não se tem informações ou documentos de muitas partidas amistosas e torneios menores feitas pelas meninas lusas ao longo desses 12 anos à frente do time luso. Obs.: Atualmente a equipe do Museu Histórico da Portuguesa continua a “garimpar” jogos, histórias, causos e fotos da equipe feminina da Portuguesa, principalmente nos anos áureos do time.

* Sérgio Luiz Henriques é torcedor da Lusa, historiador do clube e autor dos livros ‘Lusa: 100 anos de conquistas’ e ‘Lusa, todos os seus jogos’, ambos cedidos ao Museu Histórico da Portuguesa.

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