Jogadores comemoram acesso e miram conquista da Série A2 com a Lusa

Após o apito final, o clima de euforia tomou conta do estádio do Canindé no último sábado (9). A Portuguesa empatou com o Rio Claro por 1 a 1 e conquistou o acesso à Série A1 do Campeonato Paulista depois de sete anos. Jogadores, torcida, comissão técnica e dirigentes festejaram bastante no estádio.

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Um dos destaques da campanha da Lusa, Caio Mancha não escondeu a alegria pelo objetivo alcançado e ressaltou a grandeza da Rubro-Verde. Ele ainda elogiou o trabalho desenvolvido e o apoio da torcida.

“Muito feliz de estar aqui com a festa dessa torcida, que estava tão carente. Família veio, está todo mundo aqui. É emocionante ver a grandeza desse clube, nós já sabemos, a história, mas vivenciar isso é maravilhoso. Vamos desfrutar e o torcedor pode comemorar que ano que vem é Série A1 do Paulista, é elite. A gente vem falando desde o começo do campeonato. Nos unimos e está bonito de se ver. Hoje é a prova disso, essa maravilha. Você consegue observar e ver familiares, torcedores apaixonados pelo clube é maravilhoso. É só comemorar, aproveite e desfrute rapaziada”, disse em entrevista à Federação Paulista de Futebol.

Outro que conversou com a reportagem foi Daniel Costa. O camisa 10 destacou a importância do feito conquistado pela Portuguesa, o que acredita que será ainda mais valorizado no futuro. Na sequência, também elogiou o trabalho realizado no Canindé, a união do elenco e o presidente Antônio Carlos Castanheira. Ele ainda mirou o título da competição.

“A gente falou isso durante a semana, acho que no momento não vamos ter tanta noção do que fizemos. Daqui a alguns anos, quando pararmos, vai cair a ficha e realmente entender o que fizemos pela Portuguesa. É um time querido por todos no Estado de São Paulo, por mais que torçam para outros clubes, mas todos têm simpatia. Sabemos o que ela já sofreu, o que passou, de vários rebaixamentos, e graças a Deus a gente conseguiu. O presidente merece muito tudo isso porque já é o terceiro ano que está à frente do clube e tem procurado acertar a parte administrativa, que é algo muito difícil”, afirmou.

“Esse ano a gente se fechou de uma maneira muito especial, todo mundo se respeitando, as decisões do treinador, formamos um grupo muito homogêneo, que quando saía um o outro dava conta do recado. Muitas das vezes falam que o futebol não tem justiça, mas acho que ela foi feita pelo campeonato que fizemos, os números estão aí para demonstrar isso, e agora é comemorar. A gente colocou um gigante no lugar onde não deveria ter saído e agora vamos também em busca do título, que sabemos que é sempre importante”, complementou o meia.

Posteriormente, ao ser questionado sobre a união citada, Daniel Costa confirmou que essa foi a principal fórmula para a campanha quase irretocável da Lusa na A2. “Posso dizer que sim (o segredo da campanha ser a união). É difícil trabalhar com 30 jogadores, cada um pensa de uma maneira e às vezes aquele que acaba não relacionado fica triste, chateado, mas aqui todo mundo procurou trabalhar, praticamente todos tiveram a oportunidade. O professor [Sérgio Soares] foi muito claro desde o início, que era para todos estarem preparados que a oportunidade iria chegar, então isso foi importante, um dos motivos que fez com que chegássemos e tivéssemos essa campanha muito boa. Agora é desfrutar desse momento”, concluiu.

Goleiro menos vazado

Já o goleiro lusitano, menos vazado da Série A2, com sete gols sofridos, adotou a linha do agradecimento. Thomazella agradeceu a Deus pelo feito conquistado pela Portuguesa e a vitória pessoal com a recuperação do filho, que recentemente foi diagnosticado com câncer. Inclusive, ele revelou que chegou a sonhar com o título da A2, oportunidade em que levaria o filho para levantar o troféu.

“Primeiro agradecer a Deus. Toda honra e glória é dele. Ele tem sido maravilhoso e feito coisas na minha vida extraordinárias. O grupo está de parabéns, a gente merecia muito por tudo o que fizemos dentro da competição, o que apresentamos. Esse clube merece muito, essa torcida, que estava sofrida e estamos conseguindo colocar a Portuguesa novamente no seu devido lugar. Muito feliz e honrado por tudo isso. Estou emocionado demais porque o que passei antes da competição, com meu filho, tratamento de câncer. Tive um sonho com ele, revelei isso na quarta rodada, contra o Linense, que a gente iria em busca desse sonhado acesso e que iríamos buscar esse título. Eu poderia entrar com ele em campo para erguer o troféu com ele e Deus plantou esse desejo. Deus não alimenta os sonhos daqueles que não podem realizar. Grato a Deus por tudo e filho, papai te ama muito, cara. É para você, minha esposa Natália, meus pais, minha irmã e todos que estão acompanhado, todos os torcedores que, mesmo de longe, fizeram questão de acompanhar nossa trajetória maravilhosa. É para vocês. Agora, filhão, papai está chegando em casa para comemorar com você, que não pôde estar aqui por toda a sua imunidade, mas estou correndo para casa para comemorar com vocês porque nós merecemos, você merece muito, moleque. Papai te ama muito!”, disse, emocionado.

Questionado sobre o que estava sentindo no jogo decisivo, o arqueiro lusitano destacou que se trata de uma partida em que não se pode dar ao luxo de cometer erros e garantiu que gosta dessa responsabilidade. Segundo ele, o frio na barriga antes do jogo existe, mas ao entrar em campo isso desaparece.

“Goleiro é o único que não pode errar porque todo erro é fatal. A responsabilidade é grande e eu gosto disso. Para jogar na Portuguesa não apenas o goleiro, mas todos precisam ter a personalidade, essa responsabilidade de estar trazendo dentro de campo o futebol e a gente comemora do jeito que pode. Sabemos que jogos decisivos são definidos nos detalhes, a gente precisa estar sempre ao máximo concentrados para evitar qualquer tipo de erro. Antes de começar o jogo você fica com frio na barriga, é óbvio, quem não sente? Se não sentir isso está na hora de parar de jogar, mas depois que a bola rola a adrenalina sobe, fica com sangue no olho e a todo momento a gente sabia que dentro de casa somos muito fortes, tomamos poucos gols na competição, sabíamos que se tivéssemos um jogo com o mínimo de erros possível, a gente sairia vencedor e graças a Deus conseguimos. Muito feliz por ter conquistado esse acesso e vamos em busca do título para coroar toda a campanha que a gente fez”, encerrou o camisa 1.

Mais jogadores comemoram

Titular ao longo da campanha, Cesinha foi outro a elogiar o trabalho realizado neste começo de ano, desde a formação do elenco que se mostrou cirúrgica. O atacante ainda ressaltou a importância da torcida, que se mostrou cada vez mais presente conforme a competição avançou e afirmou que sonha com o título para coroar a campanha.

“Desde quando a gente aceitou o trabalho, a formação do elenco, todo mundo queria fazer história na Portuguesa. É uma sensação que não tem como explicar. Depois de sete anos poder colocar a Lusa de volta onde não poderia ter saído. Estamos muito felizes e agora é só comemorar, não tem muito o que falar. Realizamos tudo e a felicidade é muito grande. Os torcedores sempre foram o 12º jogador. Estavam meio apagados, desanimados, mas acho que eles acreditaram no nosso trabalho, nosso futebol, e a Portuguesa é isso. Vieram apoiar a gente e espero que continue assim. É a Portuguesa de volta à elite de novo. Primeiro agora é comemorar o acesso, mas queremos o título para coroar, a cereja do bolo. Não tem coisa melhor, subir e ser campeão”, frisou o atacante.

Por fim e não menos importante, Naldo se mostrou encantado com a festa protagonizada pela torcida lusitana e reforçou a alegria pelo acesso à Série A1. O zagueiro parabenizou a todos, desde o porteiro até o presidente e, seguindo a linha dos companheiros, mirou a cereja do bolo da campanha, o título.

“Já passei por vários clubes, Joinville, Athletico-PR, mas a emoção desse clube, a torcida não para de cantar desde o começo até o final e a gente foi glorificado com esse acesso. Todo mundo merece, o presidente gente boa para caramba, trata a gente muito bem, do porteiro ao pessoal da cozinha, tinha que subir. Agora, vamos brigar para ser campeão para deixar nossa fotinho ali. Se Deus quiser nós vamos conseguir. É só dar os parabéns porque é lindo de ver, de assistir e correr por eles, para nossa família, cara, não tem preço. Mereceu o acesso e a Lusa acordou e vai ser gigante no campeonato agora”, desclarou o defensor.

O confronto contou com quase 13 mil torcedores presentes, recorde isolado desta edição de Série A2, e o acesso coroa o desempenho ao longo do torneio. A Portuguesa teve regularidade notável e contou com o show da torcida, que acompanhou a equipe lusitana até mesmo quando as partidas eram longe de casa. Agora, resta a decisão contra o São Bento. O jogo de ida será nesta quinta-feira (14), às 19h, em Sorocaba. No domingo (17), no mesmo horário, as equipes fazem a finalíssima no estádio do Canindé.