O torcedor da Portuguesa poderá se sentir representado na Copa do Mundo da Rússia. Um dos 23 convocados pelo técnico Tite tem suas raízes no Canindé. Pedro Geromel, zagueiro do Grêmio, atuou nas categorias de base rubro-verdes e até hoje acompanha e sofre com o time.
O NETLUSA conversou com Rodrigo Lopes, de 33 anos, amigo de infância do defensor gremista. Torcedor fanático da Lusa, Babu, como é chamado pelo amigo Geromel, falou sobre a amizade da dupla.
“A gente se conhece desde os meus 12 anos. Eu morava em Guarulhos, me mudei para a Vila Maria e comecei a estudar no Colégio Sion. Ele era um ano mais novo, mas a gente jogava no time da escola”, relembrou. “Ele estava na 6ª série e eu na 7ª, mas reprovei e fiquei na sala dele”.
Pedro Geromel, hoje com 32 anos, se destacava na base da Lusa, até contundir o fêmur, em 1998, quando tinha 13 anos, e ser dispensado pela diretoria do clube do Canindé. “Ele sofreu uma entrada e acabou tendo um problema no fêmur, meio que trincou, algo assim, aí a Portuguesa o mandou embora. Com isso, ele começou a treinar no Coroa, da Vila Guilherme, para não ficar parado”, disse. “Depois o Elias (hoje no Atlético-MG) o levou para o Palmeiras”.
Rodrigo Lopes revelou que, na infância, Geromel gostava do Palmeiras. No entanto, o zagueiro frequentava mais os jogos da Lusa, e quando acontecia clássico, ele não tinha dúvidas… “Ele sempre acompanhou os jogos da Lusa. O pai dele é corintiano doente e chato. Ele gostava do Palmeiras antigamente, mas foi em muito mais jogos da Portuguesa do que do Palmeiras. Quando jogavam um contra o outro, ele ficava na torcida da Portuguesa”, afirmou.
O ano de 2011 ficou marcado para os torcedores da Portuguesa pelo título da Série B do Campeonato Brasileiro. Com Geromel não foi diferente. Babu recordou que o jogador, que atuava na época no Colônia, da Alemanha, acompanhou a histórica campanha pela internet.
“Ele me ligava para saber dos jogos. Na época da Barcelusa ele ouvia os jogos na Web Rádio Lusa e me ligava para falar sobre o time. A gente ia nas Festas Juninas e nos Carnavais do clube”, contou.
“Ele assistiu ao jogo da Copa Paulista comigo pelo site da Federação Paulista de Futebol. Ele é doente, daqueles que falam que torcem para um time, mas que acompanha mais a Portuguesa. Se tem jogo no Canindé e ele está em São Paulo, ele vai. Várias vezes, quando ele estava de férias, a gente ia aos jogos. Depois íamos comer um bolinho de bacalhau na Tri-Fita”, complementou.
Mesmo no Grêmio e consolidado com um dos grandes zagueiros do futebol brasileiro, o defensor da Seleção segue de olho nos acontecimentos da Portuguesa. E até faz apelos para ajudar o clube.
“Ele sempre me liga e pergunta como está a Lusa. Depois lamenta, fala que ‘tá foda’. Ele acompanha. É um cara que sabe, fala dos jogos… Quando o Zé Roberto disputou a Copa Rubro-Verde (em janeiro deste ano), ele mandou uma mensagem para o Zé pedindo para ele ficar, mas o Zé falou que não podia porque já tinha assinado com o Palmeiras”, contou o amigo.
“Voltei e ele ficou”
Quando tinha 17 anos, Geromel conseguiu fazer um teste no Chaves, de Portugal, graças a Babu. Os dois foram para às terras portuguesas, mas só o zagueiro gremista permaneceu.
“Um primo meu é diretor do Chaves, me viu jogar e arrumou um teste. Comentei com o Pedro (Geromel) e ele pediu para ir comigo. Fomos em junho. Eu acabei voltando e ele ficou”, explicou.
“Mas antes disso, de janeiro a junho, fomos para o Jalesense, de Jales, para se preparar para ir a Portugal. Lá, ele fazia a dupla de zaga com o Bruno Rodrigo (ex-zagueiro da Portuguesa e hoje no Grêmio)”, acrescentou.
“Não deixa o cara jogar”
Ainda nas categorias de base da Portuguesa, Pedro Geromel viveu uma situação inusitada, como relembrou Rodrigo Lopes. O amigo contou quando foi até a Vila Belmiro para acompanhar uma partida do seu colega diante do Santos, mas a atuação do defensor durou pouco tempo.
“O Diego (hoje no Flamengo) arrebentava pelo Santos. Nós fomos assistir à partida. O treinador chegou no Pedro e falou para não deixar o cara (Diego) jogar. No primeiro lance ele deu no meio do Diego, foi expulso e tirou o Diego do jogo”, recordou, aos risos.
Amigo do zagueiro do Grêmio há mais de 20 anos, Rodrigo Lopes fala com carinho de Geromel, com quem dividia idas a festas e viagens.
“Ele é muito amigo, de sempre estar junto. A gente tinha um time e jogava na quadra do trote, contra o Neolatino, Nove de Julho. A gente ia para as baladas, no Cabral da vida (risos). Ou no sítio que a família dele tem em Atibaia. É bem brother mesmo”, concluiu Babu.
LUSA EM PRIMEIRA MÃO
Clique no sino, do lado direito, e ative as notificações para receber tudo sobre a Portuguesa no seu celular ou computador.
