Dirigentes da Portuguesa contam bastidores da parceria com a Adidas

No último dia 24, o torcedor da Portuguesa se surpreendeu com o anúncio do terceiro uniforme do clube, feito em colab com a Adidas. Embora não tenham divulgado os números das vendas, o terceiro modelo virou febre nas redes sociais e muitos torcedores adquiriram a sua.

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Em conversa no NETLUSA Debate da última segunda-feira (6), o vice-presidente de marketing, Armando Ferreira, e o gerente de marketing e comunicação, Bruno Fernandes, destacaram que este projeto teve início ainda no ano passado e que a empresa de material esportivo procurou a Lusa com o objetivo de iniciar o projeto ALMA, que logo se tornou o terceiro uniforme da equipe na temporada.

“Não foi nem um primeiro contato. A primeira vez que chegamos a falar sobre isso foi por um intermediário que me perguntou se a gente poderia conversar com os caras (da Adidas) e eu falei ‘tá’. Só que esse tá deu uma esfriada e não deu prosseguimento. Ai eu conversei com o Bruno que um fulano que conhecemos em comum conversou com a gente, disse que ok, mas não teve prosseguimento então vamos ficar de antena ligada que talvez os caras falem com a gente. Passou um tempo, agora o Bruno continua, pois veio de intermédio com o Bruno”, afirmou Armando.

Já o gerente de comunicação destacou o papel do vice-presidente de Esportes Amadores, Jorge Freitas, como um intermediário para as primeiras conversas com a Rubro-Verde e que houve uma pesquisa no Museu Histórico do Clube antes do desenvolvimento do novo manto verde encarnado.

Bruno: “Isso tudo começou em setembro do ano passado. Então, por intermédio do Jorjão, que é o Vice-presidente de Esportes Amadores, Olímpicos e Internos, que tem uma relação muito boa com o Marcos, que é da Adidas, e ele acabou falando: ‘ah o Marcos queria falar com alguém do marketing da Lusa para um projeto’, enfim. Então este foi o primeiro contato. Ai ligamos na hora para o Marcos e marcamos a primeira reunião. Então foi passada toda a ideia. A gente trabalhou em uma vontade nossa e deles também. E depois de muitos estudos no Museu também. Passada a primeira reunião, eles levaram uma equipe deles que cuida do design da Adidas para o Museu da Lusa. O sr Artur (Cabreira) mostrou tudo, a segunda camisa da história. Tudo tem uma ligação que eles ficaram bastante tempo lá no museu. Foi, aproximadamente, uma semana que eles ficaram estudando e analisando. E passaram o primeiro molde para a gente”, comentou.

O bate papo também falou sobre as camisas da 1920, os projetos de marketing para o futuro, além de comentar também sobre a utilização do Canindé para diversas ações de marketing e divulgação, como a matéria na TV Globo.

Confira alguns dos principais pontos da entrevista:

Primeiro modelo

Armando: “Eu estava viajando, o Bruno me mandou mensagem falando que faríamos uma reunião com a Adidas. Eu estava de férias, em abril, e abri uma chamada em conferência. Geralmente quando é reunião assim o Bruno e eu fazemos a reunião juntos para já colocarmos nossas considerações e sentir o que achava. Quando eles mostraram eu queria olhar para o lado, mas não tinha ninguém do lado (risos). Peguei o meu celular, mandei para o Bruno e falei ‘vamos acertar isso’. Era bonita, mas tinha coisas que não iam dar certo. Ela já era verde, pois estava pensando na segunda camisa da história da Portuguesa. Então, ela já veio verde, mas veio com algumas coisas que não ia ser legal. Ai fomos mexendo…”.

Bruno: “A partir disso, trocamos uma ideia, mostramos qual era a nossa vontade também e ai caminhou. Já a segunda reunião fomos até a sede deles”.

Armando: “Depois dessa reunião fomos na sede deles lá e eles já tinham essa camisa pronta na mão dos caras. Depois desse bate-papo, a gente ficou sem ver mais nada. Novembro e dezembro sem ver nada, só conversando com eles. Ai no final de janeiro, fomos até o escritório da Adidas, em Alphaville, e eles mostraram para a gente. Primeira coisa, que é importante dizer, a Adidas teve uma boa vontade com a gente tremenda. O respeito, atendimento, muito f%$@ com a gente. Na hora que a gente sentou e ele trouxe a camisa, pra quem torce, vive, arrepiou de olhar primeiro esta peça. Foi muito legal”.

Medo de vazamento antes da apresentação

Armando: “O grande barato de tudo isso é que essa camisa não podia vazar. Sabíamos, eu o Bruno, o departamento de marketing da Lusa e a Adidas sabia. Quando o Sr Artur foi apresentar lá no Museu ele não sabia o que era também. Inventamos uma história (risos) qualquer que não podia saber que era para uma camisa da Adidas. Então isso foi perdurando até um dia antes. Vocês (Lucas e Chrystian) sabiam disso que vocês nos mandaram uma mensagem falando: ‘Armando, Bruno, é isso aqui?’ ai ficamos ‘c$#% vai vazar um dia antes, não é possível!’ e a gente falou ‘Gedra e Lucas, por favor, não vaza não, velho’. A gente segurou tanto o negócio. Foi tão legal assim da parte deles também de não vazarem. Na hora que o Gedra me chamou e o Lucas chamou o Bruno eu pensei: ‘F$#@!, os caras estão sabendo’ (risos).”

Bruno: “A nossa preocupação era o que a gente tinha uma ação para fazer com o sócio-torcedor. Se alguém soltasse todo mundo ia saber. E toda essa ação a Adidas não sabia. Nós organizamos para poder mostrar para a Adidas que tinha um diferencial nisso tudo”.

Armando: “A gente fez isso sem comentar com a Adidas, porque o combinado era às 10h lançar em comum acordo. E nós queríamos criar algo diferente para dar um susto em nossa torcida, assim como o Gedra e o Lucas tomaram. Vamos deixar o susto para quando o torcedor ver a peça. Por isso o nosso medo de vazar antes da hora, porque o sócio torcedor queria saber o que seria no dia seguinte. Nem os jogadores sabiam. Eles foram ver a camisa na van. Nem os jogadores sabiam disso. Então, a gente conseguiu guardar tão certo o negócio que pensamos ‘Não era possível que a gente ia perder’. Nesse mesmo dia, o Flávio Gomes mandou mensagem para o Bruno e o Don (Roberto, gerente de comunicação da Lusa). A gente pensou p$#@%, f$#% tem três pessoas sabendo já: Lucas, Gedra e o Flávio, vai vazar esse negócio”.

Participação do Zé Roberto

Bruno: “Já estava tudo estruturado para esta ação. A gente já havia pensado nessa ação de fazer alguma coisa com os sócios. Existia uma outra opção, ai estudamos e pensamos: ‘Não, a gente tem que sair um pouco da caixa, mais ainda, para atingir o público, não apenas os sócio torcedores, mas quem estivesse na padaria, naquele momento’. Coincidentemente, o Zé Roberto, na semana que íamos fazer aquela ação estava no clube. Ele foi gravar para um programa de TV e ele estava por lá. Aproveitei, abordei e conversei com ele. Eu já citei que era Adidas, até porque ele é patrocinado pela Adidas. A gente foi lá, trocou uma ideia, não mostramos a camisa para ele, e ele topou na hora. Eu fiquei meio receoso, não sabia se ele ia topar ou não, se a Adidas já tinha comunicado ele ou não. A Adidas não tinha comunicado ele. Ele não sabia de nada. Então, assim, na hora ele chamou o assessor dele, trocamos uma ideia. E na hora do evento, pontualmente, às 9h, ele já estava na frente da padaria. Ele chegou antes de todo mundo”.

Armando: “A intenção era dele presentear e todo mundo ver. Mas ai o evento foi rolando e pensamos ‘Deixa acontecer, deixa o momento ir acontecendo’. Porque essa era a intenção desde o início. Era uma coisa espontânea (das pessoas irem postando). O Daniel Costa mesmo perguntou se poderia postar e dissemos que devia. Eles se perguntaram e dissemos que poderiam divulgar nas redes sociais, mandar para quem eles quisessem”

Vendas de camisa

Armando: “Não apenas da Adidas, como também da 1920 superou a expectativa. A Adidas está no segundo lote, já pedimos para eles, na semana passada, um segundo lote de camisas, antes de acabar. Hoje, ainda temos peças no site e na loja física. Talvez você não encontre um (tamanho) G, M, mas tem peças. Então semana passada, bem antes de acabar o estoque, já fizemos um novo pedido com a mesma quantidade. Uma quantidade parruda para não faltar. Então, o termômetro está muito alto em vendas, está indo muito bem.

Assista à entrevista completa: