A pouco menos de dois meses do início da Copa Paulista, a Portuguesa já anunciou a maior parte dos reforços para a competição. Uma ausência, contudo, me preocupa: um homem de criação de jogadas. Após a saída do veterano Daniel Costa e a frustrada tentativa de emplacar Lucas Nathan no campeonato paulista, a Portuguesa se viu sem um jogador que pense o jogo e que tenha o passe e a visão de jogo como suas principais virtudes.
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É essencial termos alguém que se encaixe nesse perfil e que saiba atuar na Zona 14, faixa de campo que vai da intermediária ofensiva até a entrada da área. Estatisticamente, é nesse trecho que se originam cerca de um quarto dos gols no futebol mundial e aproximadamente 70% dos passes decisivos que geram chances claras de gol.
Independente do estilo de jogo a ser adotado pelo novo treinador, Leandro Zago, a importância de um jogador com esse perfil é indiscutível. Não precisa ser um camisa 10 clássico, no estilo do Daniel Costa, que não apresenta o dinamismo exigido para se jogar em transição. Pode ser um jogador mais móvel, até com maior poder de recomposição defensiva, mas que seja capaz de encontrar espaços e dar passes entre linhas desconfigurando o sistema defensivo adversário. Isso se faz ainda mais necessário quando se tem jogadores como Xandy, Rochinha, Misael, Paraizo, que sabem atacar espaços e são favorecidos ao receber bons passes em profundidade.
Até o momento, nenhum jogador assim foi contratado, mas o novo executivo de futebol, Edgar Montemor, já confirmou que a Lusa ainda busca um meio-campista para compor o atual elenco. Espero eu que seja alguém com essas características e que apresente um bom desempenho para se firmar como titular da equipe. Precisamos disso.
* João Geraldes, 28 anos, osasquense, cursei História na USP e técnico em Serviços Jurídicos na Anhanguera. Servidor do Tribunal de Justiça de São Paulo. Descendente de imigrantes transmontanos. Lusitano fanático desde que nasci. Sim, é genético.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA