Dado Cavalcanti analisa derrota e compreende revolta da torcida da Lusa

A Portuguesa perdeu para a Ponte Preta na última quarta-feira (31). Jogando em casa, a equipe lusitana foi superada, por 2 a 0, gols de Jeh e Dodô, um em cada tempo, pela quarta rodada do Campeonato Paulista 2024. Foi a terceira derrota seguida da Rubro-Verde na competição. Após a partida, Dado Cavalcanti concedeu entrevista coletiva e analisou a derrota para o clube campineiro. O técnico começou pelo primeiro gol e reclamou de uma falta na origem da jogada.

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“Nós tínhamos quatro jogadores dentro da área e só existia um jogador da Ponte Preta dentro da área. Então faltou aí não só a comunicação como principalmente enxergar. Uma entrada do adversário numa área que a gente já cobria muito bem e ele entrava numa área que não estava coberta. Acho que nós pecamos, penso eu, principalmente pelo fato de não termos parado o lance. Eu entendo que esse lance foi originário de uma falta que o árbitro não marcou na frente. O Chrigor tinha uma chance de gol, o árbitro acabou não marcando a falta e o lance seguiu até chegar o gol da Ponte Preta”, afirmou.

Em relação ao segundo gol, o comandante reconheceu um problema defensivo na demora para recomposição. No entanto, para ele o ‘inimigo’ da Lusa mesmo foi “comportamental” e acredita que o início positivo deu uma falsa sensação de domínio do confronto que relaxou a equipe.

“A nossa recomposição eu acho que dava pra ser um pouquinho mais rápida, acho que a gente poderia ter retornado um pouquinho mais rápido. Mas eu entendo que o nosso maior erro foi comportamental, porque os gols, eles trazem pra mim uma conotação muito mais comportamental do que especificamente situacional. Eu acho que começamos o jogo bem, levando o nosso adversário para as cordas, criamos algumas chances e não fizemos o gol. Isso trouxe para os nossos jogadores um falso sentimento de domínio e a gente acabou relaxando no jogo. Eu acho que a forma que nós tomamos o primeiro gol foi isso, a gente retornou muito ruim, muito mal. O segundo eu acho que a gente já tava um pouquinho mais desorganizado”, analisou Cavalcanti.

Expectativa x realidade

A derrota frustrou os planos da torcida lusitana, que esperava um bom resultado pelas boas atuações contra Red Bull Bragantino e São Paulo, apesar dos resultados adversos. Para Dado Cavalcanti, a própria expectativa criada resultou no sentimento de frustração após a derrota.

“Eu não mudo em nada o meu discurso, meu nível de confiança. Eu visualizo que, de novo, nós somos reféns ou vítimas da expectativa que é criada na gente. Nós criamos uma expectativa muito grande no jogo de hoje, depois dos dois bons jogos que nós fizemos contra dois times de Serie A. Nós igualámos os jogos de forma corajosa, nós jogamos, nós tivemos o chance, nós poderíamos até ter, pontos nesses jogos. E nós criamos uma expectativa muito grande para um jogo de hoje. Então, eu entendo a frustração do nosso torcedor, a ira, a raiva, a revolta, entendo inclusive o protesto, mas, internamente aqui, eu continuo convidando. E ao ponto que ele vai brigar pela classificação”, afirmou o profissional.

O resultado negativo rendeu protestos da torcida durante após a derrota no Canindé, a segunda em dois jogos em casa, sendo que a primeira foi diante do Bragantino por 2 a 1. Sobre a irritação dos torcedores, Cavalcanti se mostrou totalmente compreensivo e colocou como meta reconquistar a confiança dos lusitanos.

“Não tenho o direito e não irei tirar a razão do nosso torcedor de estar puto da vida, furioso, porque nós criamos a expectativa do nosso torcedor. Os caras vieram para cá pensando que a Portuguesa vai jogar bem e vai vencer. Nós até iniciamos esse jogo bem, mas nós perdemos o prumo do jogo, nós perdemos o controle. Foi a primeira vez que a Portuguesa se desorganizou. Então eu acho que eu não vou aqui dar recado para o nosso torcedor, eu vou aqui entender o protesto, vou entender aqui a fúria, mas eu vou fazer o que eu continuo fazendo aqui, que é trabalhar muito para que a gente consiga retomar com a confiança, o que só retornará através de atuações e resultados. Também estou muito chateado, a noite vai ser muito longa, mas o dia vai nascer e a gente tem que voltar de novo a trabalhar e precisamos encarar as dificuldades de frente, como sempre encarei, vou procurar as soluções necessárias até que a gente retome a confiança do nosso torcedor e faça de novo. Bom jogo, mas dessa vez, tenham os bons resultados também”, observou o técnico.

Próximo desafio

O comandante lusitano terá uma semana completa pela frente para corrigir os erros e aplicar melhorias. Como o Palmeiras joga no fim de semana pela Supercopa do Brasil, agora batizada de Supercopa Rei, o confronto válido pela quinta rodada foi remarcado para o dia 21 de fevereiro.

A Lusa, então, voltará a campo apenas na sexta rodada do Paulistão, contra o São Bernardo. O confronto está marcado para a noite da próxima quarta-feira (07), às 21h30min, no Estádio Primeiro de Maio. Atualmente, a Rubro-Verde segue em 2º no Grupo A, com três pontos, e em 14º na classificação geral.