Castanheira fala sobre SAF e desafios para atrair investidores

O presidente da Portuguesa explicou a dificuldade para capitalizar recursos diante da grande dívida passiva

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Antonio Carlos Castanheira em participação no Futeboteco
Antonio Carlos Castanheira em participação no Futeboteco

Com a Sociedade Anônima de Futebol aprovada, o grande desafio da Portuguesa no momento é capitalizar investidor, o que tem sido feito em conjunto com o projeto para transformar o Canindé em uma arena moderna. O processo não tem sido nada fácil, conforme detalhou Antonio Carlos Castanheira, presidente da Lusa, durante participação no podcast Futeboteco, na última sexta-feira (16).

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O mandatário citou a dívida passiva milionária como um agravante, além do apoio de Paulo Remy, ex-WTorre, para os projetos da SAF e imobiliário do Canindé.

“Já tem aí 10 meses de diligência e a SAF por si só não vinga, o passivo da Portuguesa é muito alto, mesmo que o valuation da marca seja um valo-eixo entre 80, 110 milhões, um exemplo assim, mas a conta não fecha. Hoje se você pegar a dívida total por volta de 550, 600 milhões (em dívida). Só que essa diligência está sendo terminada para que a gente realmente saiba o tamanho do buraco mesmo, para que a gente possa, junto com esse interessado, finalizar uma proposta ideal para a Portuguesa também, ideal para o investidor, que obviamente quer o retorno do investimento, e isso vai ser possível junto com a arena, a modernização da arena. O Paulo Remy, ex-W Torre, foi o precursor da Allianz Parque, e ele que está fazendo todo o desenho da SAF e da arena. A gente agora está no primeiro passo dessa área. Proposta que a gente começou a avaliar ontem, ainda tem um segundo passo que tem que ser analisada pela Assembleia e pelo Conselho da Portuguesa, são os três passos para que a gente define o contrato final”, afirmou o mandatário, que seguiu ressaltando a importância de mudar:

“É a terceira vez que a gente está conversando (com Paulo Remy) e eu espero, sim, que seja rápido porque para a Portuguesa é a salvação. Não dá mais para ficar no modelo arcaico que hoje existe. O estatuto atual do clube, o modelo do conselho, o modelo da assembleia, o modelo da diretoria executiva, onde você tem diretores abnegados, hoje você tem que ter diretor remunerado e que seja cobrado pelo resultado da operação. Profissional, né? Exatamente, profissional que a SAF proporciona e chancela isso. Então a portuguesa tem que mudar não só o estatuto, não só implantar a SAF por um estatuto para o clube, porque você não pode ter uma SAF constituída de forma totalmente profissional com as suas regras de governança, compliance. Os dois tem que andar juntos e é isso que vai se estudar também até a mudança estatutária do clube”, completou.

PRÓXIMOS PASSOS

Castanheira se mostrou confiante na recuperação da Rubro-Verde como instituição e coloca o sucesso futebolístico como condição, o que vai ser ampliado, na sua visão, pelo modelo da SAF. O dirigente aposta também na própria grandeza da equipe lusitana e na venda de ativos.

“Se a gente realmente conseguir montar um time, o modelo ajuda muito a Portuguesa vir muito forte e realmente ser uma potência no futebol porque tem marca, tem história, tem tradição, tem um milhão e cem mil torcedores, é um time sem rejeição. A Portuguesa ainda tem muito a crescer, então quando você tem muito a crescer, ou seja, a perspectiva de buscar resultado, receita e êxito, você tem uma possibilidade maior de ser uma potência. A Portuguesa tem essa oportunidade sim, é forte, é gigante, o espaço é grande. É o melhor da cidade de São Paulo, que aquilo que é não é o melhor da cidade de São Paulo. Se bem feito ali, bem administrado as receitas e os recursos canalizados para a SAF, a Portuguesa tem essa estigma da formação que está no DNA dela, formar jogadores jovens em vender e bem administrado, eu não tenho dúvida que, nesse modelo, a Portuguesa voltar a ser um time grande no Brasil, um time de respeito, porque é o modelo correto. O que eu tenho a certeza e a convicção é que se continuar nesse modelo atual a Portuguesa fecha as portas, não vai ter renovação, porque infelizmente como clube social ela praticamente já não existe mais”, explicou.

Nos últimos dias, os principais poderes da Portuguesa se reuniram com o objetivo de terem acesso à proposta de investidores pela SAF da Lusa, além do projeto imobiliário do estádio, encontro encarado como positivo e bem aceito por todos, segundo apuração do NETLUSA. O presidente está na expectativa da aprovação interna ainda em 2024.

“É uma proposta que está fazendo a análise de valores e viabilidade econômica para a SAF, para o futebol e para a arena. Agora a gente ainda tem os passos, como eu falei. Analisar os valores, analisar as premissas, depois tem ainda que passar pelo Conselho, ainda tem que passar pela Assembleia. Estou falando com as pessoas inteiramente da Portuguesa, isso daí não pode durar mais do que 60, 90 dias para constituir. Se durar 120 dias eu já vou ficar feliz pra caramba de finalizar esse ano, porque aí o outro ano eu respiro. É cansativo. É porque eu estou me entregando. Estou me entregando. Mudei minha vida. Acho que eu envelheci pelo menos uns 15 anos em 6, 5. Mas vai valer a pena, porque a gente não vai deixar o nosso grande amor fechar, né?”, frisou.

COMITÊ DO COF

Durante o encontro interno citado, ficou determinado a criação de comitê no Conselho de Orientação e Fiscalização, com objetivo de debater pontos apresentados, como a porcentagem do futebol a ser negociada e o período para aportes dos investidores para a Portuguesa.


8 comentários

  1. sempre a dívida, mas os outros times que viraram SAF não tinham dívidas ???? = acho que o grande problema é a RECEITA que evidentemente caiu muito e associada a um jurídico muito ruim, onde em alguns casos nem compareceu para defesa e discussão de valores fez a dívida crescer bastante. = boa sorte e competência, que o próximo ano seja o da virada, ( um time decente ajuda muito)

  2. Não dá pra entender….a 4 anos atrás a dívida era R$300milhoes…..foi renegociado e diziam que tinha muita conta errada e que a dívida correta seria no máximo R$200milhoes mas agora o Presidente diz que a dívida é mais de R$500 milhoes…..tinhamos que renegociar toda essa dívida mas principalmente com meia dúzia de ex jogadores sacanas que pediram um absurdo e na época dos ex mandatários ninguém contestou….não é possível sermos tão injustiçados assim!!! Bora fazer logo o projeto e renegociar essas dívidas!!! Só que Castanheira tem dar transparência e informações a torcida!!

  3. E essa dívida que nunca acaba e se torna motivo para não poder voltar a crescer , teve sua origem quando e porquê ? Ninguém se endivida ‘a toa !!! Motivos existem e quais ? Castanheira segue seus antecessores e até agora não demonstrou a que veio !!!! Farinha do mesmo saco e que se estivessem numa nau ,seria jogada ao mar ,com prejuízo para os peixes !!!!

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