Clemer; Zé Maria, César, Émerson e Zé Roberto; Gallo, Capitão, Rodrigo Fabri e Caio; Alex Alves e Tico.
Fabiano; Alexandre Chagas, César, Émerson e Augusto; Carlinhos, Evandro, Aílton e Alexandre; Leandro Amaral e Evair.
VOCÊ JÁ VIU?
Jorginho não é mais o técnico da Lusa
Lusa não faz um gol de bola rolando há mais de um mês
Eu não preciso sequer citar os anos das duas escalações da Portuguesa acima porque você, nobre leitor, já deve ter buscado lá dentro do seu subconsciente, com extrema precisão, as datas, jogos memoráveis e as alegres tardes que juntos os 22 nomes citados nos deram no Canindé.
Os mais velhos podem ir além, citar os anos 1950, o time de 1973, as equipes dos anos 1980 e até as revelações do começo dos 1990, que tanto nos marcaram.
Mas por que lembrar isso agora? Porque é essencial. Diga de cabeça, meu caro lusitano, a escalação do time atual. Consegue se lembrar de cinco atletas? Ou em meio à Olimpíada, os resultados dos jogos?
Não. Impossível! Sabemos que perdemos. E muito. A tabela não mente, estamos na zona de rebaixamento de um campeonato horrível chamado Série C. Terceira divisão. 96 anos de história para isso?
Ao que parece o que nos resta é a morte… lenta e gradual.
A história é relativa, contada pelos vencedores dizem os mestres. E quando só há derrotas? No que acreditar? No que ter esperanças? O que muda na paixão?
A verdade é que até o amor tem limites. O torcedor sabe disso. Vê hoje em campo um reflexo, uma sombra nefasta daquilo pelo qual decidiu se apaixonar. E há como culpá-lo? O magnífico Luiz Nascimento, meu colega de profissão e escritor de primeiríssima linha, relata em seu blog que só nesta tal Série C foram mais de 50 jogadores utilizados. Não me pergunte todos eles, não conheço mais que três. Aliás, de cabeça, só o tal Nunes, um atacante veterano que rodou por mais de 11 times.
E aqui chego ao ponto que pretendia tocar no início dessas linhas maçantes. Havia, no falecido Orkut uma comunidade chamada “Hoje não posso, tem jogo da Lusa.” De uns tempos para cá o Canindé parece ser o último lugar a se querer estar. Em uma de minhas raras visitas neste ano, o time foi humilhado pelo Botafogo em casa, o paulista, não o famoso carioca. Sábado, em meio à chuva e frio que me fizeram escolher as cobertas, escuto a vitória parcial por 1 a 0 sobre o Juventude. Durmo e acordo sabendo que tomamos a virada.
Impossível acompanhar com afinco trocas constantes de treinadores, jogadores dispensados sem sequer jogarem e outros tantos cujo histórico no futebol profissional é igual ao meu como professor de física.
Impossível acompanhar com motivação algo que parece estar largado à própria sorte por uma diretoria que age de forma mais amadora do que simplesmente aparenta ser. Afastado das minhas funções de torcedor, confesso que achei graça nas falas do presidente (o segundo em um ano) de que viria um reforço de Champions League. Foi a única promessa, vazia, em meio a meses de agonia, e um dos raros momentos em que dei risada com a Portuguesa, além de quando apareceu uma foto de pessoas segurando um leitão assado no estádio.
Amigos me dizem que é necessária a vitória em dois dos quatro jogos que nos restam para não irmos parar de forma inédita na quarta divisão.
Um capítulo que fará parte de nossa história. Da história de um time que acumula um rebaixamento na elite do futebol brasileiro de maneira obscura, de outros dois descensos em três anos e que cujos dirigentes parecem viver em eterna sinfonia do que já tentaram ser um dia e fracassaram.
Como diria Eric Hobsbawm, o maior dos historiadores, a história pode ser usada de forma perversa pelos mal intencionados. E o ego e os chapões parecem não se importar que a sujeira se misture a uma história muito mais digna, de Dener, Djalma Santos, Julinho Botelho, Félix e tantos outros.
Por Rafael Ribeiro*
* Rafael Ribeiro é jornalista e atualmente ocupa seu tempo estudando para projetos futuros e colocando em dia a pilha de leitura de gibis, afazeres que ele considera muito mais prioritário no momento que o atual time lusitano.