Foto: Divulgação/Portuguesa

Segundo o dicionário online Michaelis, a definição de tenacidade é a seguinte: “Substantivo feminino; qualidade ou característica do que é tenaz ou difícil de partir.” No sentido figurado, que é o que interessa a esta coluna, tenacidade é “persistência muito forte; perseverança” ou, na Física, é a “capacidade de metais ou ligas de suportar grande pressão sem partir-se”. Num Português claro, é a capacidade de levar pancada sem quebrar.

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O retorno da Portuguesa à Série A1 do Campeonato Paulista será mais uma prova de resistência e tenacidade do torcedor rubro-verde e da diretoria de futebol. Sem um calendário nacional no segundo semestre como atrativo e, principalmente, capacidade de investimento reduzida, a Lusa conseguiu montar um elenco, digamos, limitado – para ser simpático.

A primeira mostra do calvário que espera quem esperou por sete anos para retornar à elite estadual foi a estreia com o Botafogo, em casa. Pior que a derrota, a falta de argumentos para discutir um placar favorável foi desalentadora.


A Pantera tem um trabalho mais evoluído e acabou de subir à Série B do Campeonato Brasileiro. A Lusa, do contrário, estreava 14 reforços, tinha todo o meio de campo do ano passado no banco e ainda cometeu erros que poderão ser fatais ao cabo do certame. Fora de campo, a troca da comissão técnica que vinha da conquista da Série A2 e a saída de jogadores que, até o momento, não tiveram substitutos à altura, como os atacantes Caio Mancha e Gustavo França. Dentro de campo, um time apático, cuja sensação que passou é que os jogadores foram apresentados no vestiário, momentos antes do jogo.

Jogo coletivo que é, o futebol demanda tempo para treinamento, condições para implementação das ideias de jogo e investimento para trazer os jogadores cujas características sejam as mais próximas do ideal para absorverem em menos tempo o que é chamado de “filosofia de trabalho”. Quando as coisas vão mal, a tendência é trocar tudo – e isso acontece em todos os clubes. Aí troca-se a comissão técnica por outra que esteja dando sopa no momento porque é preciso dar uma resposta rápida. E todo o início deste parágrafo, sobre jogo coletivo, vai pra casa do chapéu.

A torcida, ao menos ela, demonstrou estar com o time, como tem feito ao longo destes penosos anos desde… bom, nem é preciso repetir aqui o início da queda livre. Mas, tanto aqui como em outros lugares e porque não somo0s diferentes de ninguém neste sentido, o apoio dependerá mais do que o time (dentro de campo) e a direção (fora dele) oferecerem do que qualquer outra coisa.

Se tiramos pelo que vimos na estreia, não vai durar.

* Marcos Teixeira, 45, é jornalista, lusitano e colunista do site Ludopédio.org

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA

3 comentários

  1. Trabalhar com extrema carência financeira é muito difícil. Todo mundo tem uma solução, uma forma, uma estratégia mas sem dinheiro, como implementa? Tem que perseverar, uma hora o fio vira. Do fundo do poço que a lusa esteve, a evolução foi muito grande. Cair e levantar.

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