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Domingos celebra 4 anos sem expulsão, rejeita Santos e Luxa e sonha com retorno à Lusa

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Lucas Ventura, para o Portal da Band

Quase quatro anos, mais de 140 partidas e nenhuma expulsão. Números impressionantes para um zagueiro. Ainda mais para quem sempre deixou os gramados pelo Brasil antes mesmo do apito final do árbitro. Aos 30 anos, Domingos é só alegria no Catar, onde defende o Al Kharaitiyat.

Foi bem distante do Brasil que o defensor reencontrou a felicidade, momento bem distinto do vivido pelo defensor em setembro de 2009. Sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, no Santos, foi afastado da equipe principal após contundir gravemente o goleiro Rafael, que fraturou os ossos da tíbia e da fíbula da perna direita. A partir daí, viu seu mundo desmoronar.


“Não entendi a posição do Santos, porque nunca tive problema com ninguém. O que aconteceu foi um acidente de trabalho, mas tem mal que vem para o bem”, disse o zagueiro ao Portal da Band.

Sem oportunidade no Peixe e com pouco mercado em outros clubes, viu na Portuguesa, que disputava a Série B, a chance de retomar a alegria. E foi o que aconteceu. “Eu e a minha esposa sabemos tudo que passei, porque alguns jornalistas idiotas e treinadores babacas estavam tirando a minha motivação de jogar. A Lusa me deu a mão e disse: vou te dar outra oportunidade”, afirmou.

Apesar de não guardar mágoas do clube que o revelou e de Vanderlei Luxemburgo, atualmente no comando do Tianjin Quanjian, da China, Domingos não tem vontade de voltar a trabalhar no Peixe, muito menos sob o comando de Luxa. “Não. Obrigado”, respondeu.

Confira a entrevista completa:

Portal da Band: Como foi a sua chegada no Catar?
Domingos: Foi tranquila. Tenho minha esposa e minhas filhas comigo. A gente faz os programas junto. Quando você tem a família ao lado, tudo se torna mais fácil.

Portal da Band: Qual a maior dificuldade que teve no exterior?
Domingos: Foi a língua. Aqui se fala inglês e árabe, e eu não falava nada e não entendia nada. Fui me virando aos poucos e aprendendo um curso de inglês e acabei aprendendo um pouco. Agora estou completamente adaptado.

Portal da Band: Diferenças dos torcedores do Brasil e do Catar?
Domingos: No Catar, não existe torcida. Não tem torcedor e presidente para te cobrar. A motivação tem de vir de você mesmo. Sinto falta da torcida me cobrar, criticar, motivar, mas já me acostumei.

Portal da Band: Por que hoje em dias menos brasileiros vão para o Catar?
Domingos: O jogador brasileiro ia para o Catar achando que eles não entendiam de futebol, só para ganhar um dinheiro e ir logo embora. Agora o futebol evoluiu muito e tem de ser profissional. Eles gostam de atletas profissionais.

Portal da Band: Você sempre foi um zagueiro firme. Precisou mudar o estilo no Catar?
Domingos: Claro que não. Jogo da mesma forma, firme. Sempre foi assim e no Catar é a mesma coisa. A diferença é a arbitragem. No Catar, não pegam no meu pé. Os árbitros podem ter limitações, mas são corretos. No Brasil, era Domingos contra onze e mais o árbitro. Era mais complicado. Por isso chegou uma hora que eu desgostei do futebol brasileiro.

Domingos
Domingos em ação pelo Al Kharaitiyat (Foto: Divulgação)

Portal da Band: E já recebeu algum cartão vermelho?
Domingos: Cara, já joguei mais de 140 partidas e nunca levei um cartão vermelho. Existia alguma coisa errada no Brasil. Qualquer jogadinha era vermelho para o Domingos.

Portal da Band: Como viu a sua saída do Santos?
Domingos: Já sabia o que ia acontecer. Algumas pessoas não deveriam estar no futebol, mas estão. E essas pessoas têm muito nome na mídia brasileira. Não entendi a posição do Santos, porque nunca tive problema com ninguém. O que aconteceu foi um acidente de trabalho, mas tem mal que vem para o bem. Se não acontecesse isso, eu não iria para a Portuguesa e não estaria feliz como estou.

Portal da Band: Guarda mágoa pela forma como saiu?
Domingos: Não. Só tenho a agradecer ao Santos por tudo que tenho hoje, mas não voltaria. Não tenho vontade. Depois de tudo que aconteceu, não tenho mais a gana de vestir a camisa do clube.

Portal da Band: Foi o Luxemburgo que te afastou. Como enxergou isso?
Domingos: Só tenho que agradecer ao Luxemburgo. Ele que me lançou para o futebol e não tenho mágoa por ter me afastado. Mas não tenho vontade de trabalhar com ele de novo. Se me falassem que o Vanderlei me fez uma proposta, eu responderia: não. Obrigado. Não aceitaria porque tenho que ir para um lugar que vou ser feliz.

Portal da Band: Pensa em voltar para o Brasil um dia? Para qual equipe?
Domingos: Pretendo ficar mais um tempo no Catar e depois retornar. A minha vontade é de voltar para a Portuguesa. Tenho um carinho muito grande pelo clube, que me acolheu muito bem depois de tudo que aconteceu comigo no Santos.

Portal da Band: Mesmo o clube estando em uma situação complicada?
Domingos: Mesmo assim. É um clube que aprendi a gostar. Eu e a minha esposa sabemos tudo que passei, porque alguns jornalistas idiotas e treinadores babacas estavam tirando a minha motivação de jogar. A Lusa me deu a mão e disse: vou te dar outra oportunidade. A torcida também foi sensacional, me recebeu muito bem e me dava força em todos os jogos. Sempre me colocou para cima. Se eu voltar para o Brasil, será para a Portuguesa.

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