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Marcos Teixeira: A melhor versão é a de sempre: a que tem Ronaldo

Em Aveiro, aquele que tem Aveiro no nome fez história outra vez e sepultou as dúvidas sobre seu papel no Euro

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Foto: Gualter Fatia

Cristiano Ronaldo atingiu uma marca histórica…” Esta crônica começa como tantas outras desde que o maior artilheiro do futebol de seleções de todos os tempos colocou na cabeça que não anda atrás dos recordes, são estes que o perseguem. Contra a República da Irlanda, contra quem já havia eternizado seu nome como o maior artilheiro de equipes nacionais nas eliminatórias para a Copa de 2022, o capitão chegou a incríveis e inimagináveis 130 gols com a camisa das Quinas, além de ser o primeiro da história, segundo informou o ótimo Leonardo Bertozzi durante a transmissão, pela ESPN, a marcar em 21 temporadas seguidas em jogos de selecionados nacionais.

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Não é pouca coisa.

Como também não será pequeno aquilo que ele deverá alcançar, de hoje a oito, quando Portugal estrear na competição, contra a Chéquia, caso nada fora do normal ocorrer até lá: estar em campo em seis edições. Não só não é para qualquer um, como ele será o único até então.


Se havia alguma dúvida sobre ele estar no onze inicial, esta dissipou-se no belíssimo e praticamente inútil Estádio Municipal de Aveiro, cujo costumeiro mandante anda a rastejar-se no quarto escalão do futebol nacional. E não foi o CR7 de costume, também porque o jogo pedia que não o fosse.

Roberto Martinez trouxe preocupações por causa da permeabilidade que a defesa apresentou nos últimos quatro jogos, contra Suécia, Eslovênia, Finlândia e Croácia. Por isso, e porque tinha Pepe de volta ao menos por meio tempo, armou o time com um trio defensivo de raíz, com o monumental zagueiro ladeado à direita por António Silva e à esquerda por Gonçalo Inácio, numa inusitada mistura de Benfica, Porto e Sporting, pelo menos enquanto por lá estiverem.

Em vez de Palhinha, João Neves na vértice mais recuado do losango, tendo à frente Bruno Fernandes e, nas alas, Diogo Dalot e João Cancelo, com papéis diferentes em cada lado do campo: o primeiro a abrir e a buscar combinações com Bruno Fernandes e o outro, centralizando para Rafael Leão atacar os adversários como se estivesse a correr numa savana. João Félix e Cristiano, sem posicionamento fixo, tinham liberdade para tentar combinações, com a diferença do (bem) mais jovem ser imbuído de obrigações defensivas para atrasar um bocado a saída de bola irlandesa.

É o ônus de ter Cristiano na equipe: não haverá pressão para tentar retomar a bola o mais perto possivel do gol adversário. Por outro lado, Portugal com Cristiano tem o que mais ninguém tem ou teve: o próprio Cristiano. E o melhor: numa versão mais solidária, jogando para o time, não tentando resolver sozinho.

E nem poderia ser assim, com tantos pés pensantes juntos.

Félix, que havia roçado a inutilidade contra os croatas, fez um grande primeiro tempo e foi premiado com um belíssimo gol segundos depois de ter visto um, também muito bonito, negado pelo goleiraço do Liverpool, Kelleher, depois de boa trama que envolveu Dalot e Ronaldo, que viu seu tento na primeira parte negado pela trave em cobrança de falta que desviou na barreira e pelo pênalti não marcado.

A segunda etapa chegou com mudanças (Dalot e Cancelo por Semedo e Nuno Mendes, Pepe por Danilo, João Félix por Rúben Neves e Diogo Jota por Rafael Leão). A presença de Rúben Neves fez com que o outro Neves tivesse companhia no papel de marcador no meio e acabou com o fogo que vez ou outra aparecia pelo lado dos bebedores de cerveja e liberou Bruno Fernandes, o que faria com que qualquer time do mundo ficasse mais forte.

As férias fizeram bem a Rúben Neves, que deu um passe teleguiado de 30 metros (com margem de erro de cinco metros, para mais ou menos, que seja) para Ronaldo tirar um defensor cujo nome eu não sei duvido que ele saiba depois do que se passou e atirar com efeito, no ângulo e de esquerda, numa obra de arte que faz por merecer estar entre os cinco mais bonitos dos 129 até então. Este número durou por 10 minutos, quando Diogo Jota tirou a bola de um contrário com uma facilidade constrangedora e deu de trivela para o 130, também de esquerda.

Mesmo com muitos reparos a serem feitos na defesa, sobretudo na saída de bola, cujos erros podem ser fatais contra equipes não tão mansinhas no ataque como a Irlanda, é provável que Roberto Martinez tenha encontrado a melhor formação na volta do balneário. Aí, não se trata dos nomes, e sim do papel que cada um desempenhará, principalmente um certo senhor que, mesmo praticando um futebol altruísta muito raro para os seus padrões, não deixou o faro de gol na Arábia.

* Marcos Teixeira, 45, é jornalista, lusitano e colunista do site Ludopédio.org

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA

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Murruga
3 meses atrás

Bom, Ronaldo é um fenômeno em atividade e merece toda nossa consideração e duvida quem pensa que ele não estará na próxima copa do mundo. Neymar tenho minhas dúvidas se será convocado. De volta a realidade, não temos um time competitivo para sonhar com a copa paulista e nem menos um Ronaldo. Então o jeito é sofrer com o que temos. E viva a Lusa

FERA DE GUARULHOS
3 meses atrás

AÍ MANO, EU SOU BRASILEIRO E TORCEDOR DA LUSA… ESTOU CAGANDO PRA SELEÇÃO DE PORTUGAL!!!

3 meses atrás

A melhor versão da Portuguesa seria voltar a ter grandes jogadores ! Dormiram sobre os louros da vitória e esqueceram de alavancar o clube ! Esqueceram ou estaria bom assim , sem objetivos maiores ? Castanheira , acorde ou dê no pé !!!!!!

Taubaté
3 meses atrás

Marcos Teixeira vá comentar na ILHA DA MADEIRA!!! Aki é LUSA CARALHO!!!

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