Tem uma música do Titãs que me faz lembrar da situação da Lusa. Na verdade, acho que o sentido original era uma crítica à indústria e seus ‘ídolos’ passageiros, mas vou me permitir uma abstração e mudar “A melhor banda de todos os tempos da última semana” para “O maior jogo de todos os tempos da última semana”.
+ Angelo se diz pronto para ajudar a Lusa contra a Ferroviária
Tenho a impressão de que ao longo desses últimos anos, tivemos vários momentos em que nos deparamos com “o jogo mais importante da nossa história”.
O jogo contra o Tombense na Série C 2015, que definia se continuaríamos com chance de voltar pra B em “bate-volta”. Depois o jogo do acesso contra o Vila Nova. No ano seguinte, a partida contra o Guaratinguetá, que nos faria chegar com chances de não cair na última rodada, e o próprio jogo da última rodada, contra o Tombense.
Em 2017, vieram a partida contra o Desportivo no Espírito Santo e os mata-matas da Copa Paulista, nossos últimos respiros em possibilidade de evitar ficar sem divisão nacional.
Enfim, puxei apenas alguns de cabeça, mas certamente a lista é mais longa, afinal, surgiram outras possibilidades de queda e de classificação nos anos seguintes – destaco também a Série D, que “não poderíamos perder de jeito nenhum”, mas perdemos.
Tivemos muitos jogos que, na época, víamos como “o jogo mais importante da história” e acabaram sendo, sim, jogos importantes, mas a história da Lusa continua a ser escrita, independente do resultado.
O que seria de nós hoje se perdêssemos a disputa de pênaltis pro Água Santa na Copa Paulista que nos trouxe um título depois de tantos anos? Ou se o Rio Claro marca uns gols a mais e a gente não conquistasse o acesso ano passado? E se a gente não caísse pra Série D, ou disputasse a quarta divisão também em 2018? Não dá pra saber.
O fato é que hoje temos mais um “jogo mais importante da nossa história” – “da última semana”, porque o Paulistão não acaba nesta quarta e é muito possível que tenhamos, literalmente, mais três “jogos mais importantes da história” pela frente. E os pontos conquistados vão decidir se ano que vem disputamos novamente a aliviante elite, com alguma estabilidade, ou se uma nova Série A1 fica só para o longínquo 2025, provavelmente valendo uma vaga na Série D de 2026…
Saudades daquela época que os jogos eram muito importantes, mas dificilmente eram “o jogo mais importante da história”, porque no fim, estávamos sempre vagando pelas séries A e B e pela elite do Paulistão. Fora aquela partida da Ilha do Retiro, em 2006, acabava não ganhando um contorno tão dramático.
Hoje é jogo para desafogar, ganhar novo ânimo, mostrar que a Lusa não morreu. Se empatar, a depender dos jogos do Ituano, também continuamos com chances. Agora, se perder… Ainda seria possível, mas acho que a moral do time ficaria tão baixa que aí, só por milagre.
Que venha a Ferroviária, o jogo mais importante da nossa história – ao menos até o próximo.
Como disse na última coluna, segurem as toalhas! Ainda não é hora de jogá-las. Rumo à permanência!
* André Carlos Zorzi é jornalista, autor de “Para Nós És Sempre O Time Campeão – A Portuguesa de 1996” e coautor de “Lusa: 100 Anos de Amor e Luta”.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do NETLUSA
O jogo não será fácil, é o jogo da vida para a ferroviária também!! A qualidade da arbitragem me preocupa. É perceptível que a equipe está com outra postura, alguns jogadores inclusive mostram nitidamente que estão para vida e a morte, que chegue a hora dessa equipe mostrar sua força. O sonho e a esperança continua.
Belo comentário caro Zorzi!
Eu acompanho a nossa Lusa desde 1970 e frequentando estadios desde 1972. Sou do tempo em que éramos inquestionavelmente da primeira divisão , série A ou qualquer nome que lhe for atribuído .
Muitas mas muitas vezes fomos garfados pela arbitragem , sacanagem da FPF OU CBF, outras vezes caímos fruto da incompetência internas , seja derivada de simples burrice ou corrupção
MAS cá estamos … Lusa sendo sempre LUSA , amor incondicional e que atravessava o tempo !
Vencer ou vencer, sem outras opções
3 x 1 Portuguesa
E não vamos cair
A esperança não é que sejamos melhores que nosso adversário e sim que nosso adversário seja pior do que nós.
Hoje é tudo ou nada, pra cima deles Lusa.