Início Colunas Coluna do André Carlos Zorzi Opinião: E se a Barcelusa enfrentasse um mata-mata?

Opinião: E se a Barcelusa enfrentasse um mata-mata?

Portuguesa está voando na A2, mas, diferente de outros acessos, desta vez há jogos eliminatórios no meio do caminho

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Foto: ESPN

A Lusa vem fazendo uma campanha que tem tudo para ser histórica na Série A2 deste ano. Na décima rodada, 24 pontos, invicta e com o melhor saldo e a melhor defesa disparados (+14 e dois gols sofridos). São cinco pontos à frente do vice-líder e dez da nona posição, a primeira fora da zona de classificação.

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Talvez nossa percepção tenha mudado depois de tantos anos de luta contra o rebaixamento ou classificações suadas, e hoje o feito pareça mais significativo, mas é uma campanha bastante parecida com outras que já fizemos na competição. A essa altura, em 2007, tínhamos os mesmos 24, com três à frente do segundo colocado e dez à frente do nono. Já em 2013, tínhamos 21 pontos, o mesmo que o segundo colocado e sete a mais do que o nono.

Ótimo sinal, já que, em ambos os casos, subimos com direito a título.


Mas há um porém: o formato da competição. Tanto em 2007 quanto em 2013 o regulamento não previa a realização de um mata-mata pelo acesso logo após a 1ª fase, mas sim uma nova fase de grupos, com quatro times em cada. Apenas o campeão de cada grupo disputava a final, já com o acesso garantido. Por isso, por exemplo, o fatídico 7 a 0 diante do Comercial, placar quase impossível de reverter num sistema eliminatório, não fez tanta falta em termos de acesso. Os outros triunfos lusitanos na segunda divisão, nos brasileiros de 2007 e 2011, foram conquistados integralmente em pontos corridos.

Quanto às A2, é claro que provavelmente teríamos subido da mesma forma se fosse um mata-mata, mas a fase de grupos reduzia bastante as chances do “tudo pode acontecer”.

Em 2007, nos moldes de hoje, teríamos enfrentado o Bandeirante de Birigui. Na segunda fase, a Lusa venceu as duas partidas contra a equipe, apesar de, na primeira, ter perdido por 2 a 1. Já em 2013, o adversário seria o Red Bull, para quem tínhamos perdido de 1 a 0 na fase anterior. Ou seja, a Portuguesa seria a favorita, mas, precisaria tomar muito cuidado nos dois casos.

É aí que entra a pergunta que dá título a esse texto. Façamos um exercício de imaginação: e se a Barcelusa, campeã brasileira da Série B de 2011, precisasse passar por um mata-mata para subir?

Simulemos que isso acontecesse como na A2 atual. Ou seja, após enfrentar todos os rivais no primeiro turno, classificassem oito equipes para a fase eliminatória. O campeonato ficaria assim:

1º – 38 pontos – Portuguesa
2º – 35 pontos – Ponte Preta
3º – 34 pontos – Náutico
4º – 30 pontos – Americana
5º – 29 pontos – Sport
6º – 28 pontos – Goiás
7º – 28 pontos – Paraná
8º – 28 pontos – Criciúma

Confrontos:
Portuguesa x Criciúma
Ponte Preta x Paraná
Náutico x Goiás
Americana x Sport

Vale lembrar que a Portuguesa enfrentou sua pior sequência no torneio justamente ao fim daquele turno, tendo jogado contra três times que seriam rebaixados e não conseguiu vencer nenhum (derrota para o Vila Nova no Canindé e empates contra Duque de Caxias, que fazia a pior campanha da história da competição, e Icasa).

Nesse contexto, enfrentar o Criciúma no Heriberto Hülse num jogo de ida, ou até o rival retrancado em jogo único no Canindé, seria um bom negócio?

Sofrer uma eliminação após uma campanha irretocável é um risco que os torneios em mata-mata proporcionam. E isso não é necessariamente um problema, afinal, quando somos nós passando de fase lá atrás e desbancando os favoritos, como em 96, é tudo lindo e maravilhoso. Mas, convenhamos, é aflitivo estar ‘do outro lado’ da moeda.

Na A2 do ano passado, o Oeste voou na fase de grupos, com 36 pontos, mas perdeu a semifinal para o São Bernardo, que havia feito apenas 23 e garantido a vaga na última rodada. Por outro lado, o Água Santa, que tinha uma campanha muito boa, fez valer a lógica e hoje está na A1. A própria Portuguesa, em 2020, foi favorita durante toda a Copa Paulista e saiu com o título.

Cada campeonato tem a sua história. E a história da Lusa em 2022 tem tudo pra ter um final feliz. Assim como, graças a Jorginho e companhia, em 2011, os pontos eram corridos e a gente levantou a taça.

* André Carlos Zorzi é jornalista, autor de “Para Nós És Sempre O Time Campeão – A Portuguesa de 1996” e coautor de “Lusa: 100 Anos de Amor e Luta”.

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Edulusa
2 anos atrás

Esse ano é Lusa campeã na A2 e Copa Paulista. 2.023 teremos calendário ano todo e clássicos de verdade. Vai Lusa.

RODOLFO VICENTE TEIXEIRA
2 anos atrás

Continuarei torcendo pelo acesso, consequentemente pelo título da A2.

j alex atibaia
2 anos atrás

esse sistema é para TV, é muito injusto, coloca em condições iguais ( com exceção do mando) times com campanhas muito diferentes , imaginemos que o 8o. no primeiro jogo (em casa) – acerta um chute de fora da área no ângulo, ganha por 1 x 0 e simplesmente vai travar o 2o. jogo desde o inicio. – Já vimos isso contra o Caxias.

Daniel R.
2 anos atrás
Responder para  j alex atibaia

Graças a um sistema injusto, como esse da A2, é que a Lusa foi vice-campeã brasileira, em 1996. Seja mata-mata, sejam pontos corridos, quem perder sempre vai reclamar do formato da competição.

Mauro Martins Pereira
2 anos atrás

Exatamente, J Alex, nada mais justo do q pontos corridos, ou então, no mínimo, jogar por 2 empates. Só mando de jogo não vale nada.

Mauro Martins Pereira
2 anos atrás

Concordo Daniel, entretanto, em 1996, o empate beneficiava o time com melhor campanha, por isso, o grêmio foi campeão em cima da lusa.

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