O técnico Estevam Soares parece não ter digerido bem a sua demissão da Portuguesa. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o comandante rubro-verde afirmou ter ficado surpreso com a sua saída após duas rodadas da Série D do Campeonato Brasileiro.
“Foi uma surpresa. Me pegou, realmente, no fígado. Até porque, durante esse mês que separou o final da Série A2 do início da Série D, eu tive duas propostas para sair, até com salário maior, e acabei ficando por idealismo de um projeto, de recolocar a Portuguesa nas divisões maiores do futebol brasileiro. Mas, infelizmente, aconteceu isto. Foi doído. É muito triste esse pensamento dos nossos dirigentes”, disse
O treinador aproveitou para criticar a cultura do futebol brasileiro de demissões corriqueiras e pediu mais paciência para a diretoria.
“Foi muito traumático para mim. Falando de um modo geral, o Brasil ainda cultiva essa cultura horripilante. Acho, inclusive, que os diretores escolhem mal, porque teriam de ter um critério maior na escolha, para demitir menos. Tem de ter mais paciência e menos ouvido para interferência externa, para meia dúzia de torcedores”, lamentou.
“(Foi) uma incoerência… Depois da Série A2, não foi: ‘poxa, o Estevam trabalhou dois meses, não é o perfil que queremos para a Série D do Campeonato Brasileiro, então vamos liberá-lo’. Não! Pelo contrário… O contrato foi renovado, montamos o elenco, estreamos com uma vitória em casa, e, no segundo jogo, disputado às 15h, em Moça Bonita, aquele campo enorme, um calor de derreter mamona, perdemos por 1 a 0, e eu fui demitido”, complementou.
Nesta terceira passagem pela Lusa, o treinador, que não resistiu após a derrota para o Bangu, fez 12 jogos, com cinco vitórias, um empate e seis derrotas.
Agora comandada por Mauro Fernandes, a Portuguesa volta a campo neste domingo, às 16h, diante do Villa Nova-MG, em Nova Lima-MG. O Portal NETLUSA acompanhará através do tempo real.