Ainda que o mito da democracia racial continue a ser propagado, o racismo é uma realidade no Brasil e está presente também nos campos de futebol. Em outubro, os técnicos Marcão, do Fluminense, e Roger Machado, do Bahia, uniram-se em prol da luta contra o preconceito e deram as mãos enquanto vestiam uma camisa com os dizeres “Chega de Preconceito” antes do início do confronto entre suas respectivas equipes no Maracanã. Eles são os dois únicos treinadores negros a comandarem times da primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
O gesto realizado entre os técnicos é um verdadeiro exemplo do que o futebol pode e deve representar. O esporte deve ser sempre sinônimo de companheirismo e respeito ao próximo. Nos estádios, todos estão reunidos por um mesmo objetivo: torcer e festejar o esporte. Com tanta paixão e conhecimento, muitas vezes, os torcedores chegam até mesmo a apostar em seu time do coração em plataformas de apostas esportivas o que, não raramente, é feito por meio de bônus especiais, que são a maior vantagem das novas casas de apostas do país.
Representatividade no futebol
O encontro entre os técnicos foi organizado pelo Observatório de Discriminação Racial no Futebol, responsável por monitorar ofensas raciais no ambiente esportivo. A ideia foi prontamente abraçada pelos clubes e, principalmente, pelos treinadores, que destacaram a relevância de protestar o racismo dentro e fora dos campos. Os protestos, inclusive, são comuns no futebol e a própria torcida da Lusa já organizou alguns.
“Eu sei o que estou representando, como técnico do Fluminense, para as pessoas da nossa cor. Temos outros negros com capacidade para trabalhar no futebol, mas, muitas vezes, o que falta é oportunidade. Estou aqui porque eu me preparei e quero contribuir para que mais profissionais capacitados recebam essa chance de mostrar seu potencial”, afirmou Marcão às vésperas do jogo que culminou na vitória do Fluminense.
O técnico Roger Machado, antes de assumir o comando do Bahia em abril deste ano, passou por diversos grandes clubes como o Grêmio, Atlético Mineiro e Palmeiras. E, mesmo tendo uma carreira já consolidada, destacou a ausência de pessoas negras em postos privilegiados do mercado, tomando o seu exemplo como uma exceção à regra.
“Negar e silenciar é confirmar o racismo”, declarou durante a entrevista coletiva após a partida. “Minha posição como negro na elite do futebol condiz com isso. O maior preconceito que eu senti não foi de injúria. Eu sinto que há racismo quando eu vou ao restaurante e só tem eu de negro. Na faculdade que eu fiz, só tinha eu de negro. Isso é a prova para mim. Mas, mesmo assim, rapidamente, quando a gente fala isso, ainda tentam dizer: ‘Não há racismo, está vendo? Você está aqui’. Não, eu sou a prova de que há racismo porque eu estou aqui”.
Para Roger, a ausência de técnicos negros no futebol nada mais é que um reflexo do racismo estrutural que permeia a nossa sociedade.
“A gente tem mais de 50% da população negra e a proporcionalidade [entre treinadores] não é igual. Temos de refletir e questionar. Se não há preconceito no Brasil, por que os negros têm o nível de escolaridade menor que o dos brancos? Por que 70% da população carcerária é negra? Por que quem morre são os jovens negros no Brasil? Por que os menores salários, entre negros e brancos, são para os negros? Entre as mulheres negras e brancas, são para as negras? Por que, entre as mulheres, quem mais morre são as mulheres negras? Há diversos tipos de preconceito. Se não há preconceito, qual a resposta? Para mim, nós vivemos um preconceito estrutural, institucionalizado”, finalizou.
Herança da escravização e colonização
O técnico do Bahia aproveitou o momento para contextualizar a dificuldade de ascensão social enfrentado pela população negra do Brasil com o processo de escravização e colonização.“A bem da verdade é que 10 milhões de indivíduos foram escravizados. Mais de 25 gerações. Passou pelo Brasil Colônia, pelo Império e só mascarou no Brasil República. Esses casos que vêm aumentado agora, de feminicídio, homofobia e preconceito racial, mostram que a estrutura social é racista. Ela sempre foi racista”, declarou Roger Machado.
Racismo é um processo que infelizmente teremos que conviver por muitos anos. O racismo é muito amplo, judeus, mulçumanos, nordestinos, ciganos, etnias africanas.
Os mais jovens desconhecem mas Djalma Santos da Lusa foi o primeiro jogador preto do Palmeiras. Também o Fluminense não aceitava jogadores negros.
Desde os primórdios do futebol, o FLULIXO não vale nada. Time sem moral, princípios e senso desportivo.
Entrei no site esperando uma notícia sobre racismo no esporte, mas só falaram no futebol. Temos vários exemplos de representatividade negra em outros esportes, tais como atletismo, vôlei, judô, natação etc.
Melhorem isso se forem falar de tal assunto novamente, obrigada.