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OPINIÃO: Filme repetido

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Foto: Lucas Ventura/NETLUSA

Uma das expressões mais conhecidas – e de uma singela simplicidade – do físico Albert Einstein determina que “não se pode esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas”. Ao observar tudo o que acontece com a Portuguesa nesse começo de série C, ela serve de diagnóstico preciso: 2016 é uma repetição como farsa de 2014, com os mesmos personagens, problemas e com alta probabilidade de alcançar iguais consequências.

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Pode não ser na forma, já que dois anos atrás vivíamos águas mais turbulentas, à sombra do Caso Héverton e da saída de campo em Joinville para cumprir uma liminar judicial durante a estreia na série B – os dois episódios mais mal explicados da história do clube e interligados -, mas certamente guardam semelhanças no conteúdo.


Por conta do caos político do primeiro semestre, o atual presidente, José Luiz Ferreira de Almeida, foi candidato único e já assumiu com a desculpa da “herança maldita” deixada pelo antecessor. Assim fez Ilídio Lico, de quem foi braço direito (primeiro como vice de marketing e depois como vice-jurídico pós-Joinville).

O elenco, completamente desmoralizado após campanha sofrível na série A-2 e até sob desconfiança de corpo mole na partida contra o Rio Branco, no Canindé, foi mantido e até enfraquecido com a saída de algumas peças. O treinador, cheio de boas intenções, mas sem experiência alguma, parece estar fazendo estágio na Portuguesa. E nem se pode dizer que é remunerado, já que Anderson Beraldo admitiu tirar do próprio bolso o bicho dos atletas pela classificação para a segunda fase na Copa do Brasil. Ou seja, está pagando para trabalhar. Como cobrar resultados dele assim?

Entre tantos planos mirabolantes para o futuro, todos envolvendo o terreno do Canindé, numa conveniente miragem que também foi utilizada desde o debacle de 2013, a “esperança” no curtíssimo prazo não viria de nenhum plano de marketing, gestão, exposição de marca ou até capitalização e sim de jogadores cedidos por outros clubes e empresários a custo zero. Recurso equivalente ao utilizado em 2014: quem não se lembra de Caio Mancha, Felipe Nunes, Djalma, Bryan Aldave, Bruno Piñatares, entre um total de quase 60 nomes que teriam vindo pela “vitrine”? Isso sem falar de um garoto chamado Marcus Vinicius, que nem estreou e se envolveu em grande polêmica – o pai teria pago para ele treinar e vestir a camisa rubro-verde.

O resultado desse “método” foram 4 vitórias em 38 jogos na pior campanha da história da Portuguesa em qualquer campeonato. Último lugar, dignidade no chão, o elenco entrava em campo apenas para cumprir tabela, desesperadamente esperando o torneio terminar para “fugir” do clube.

Agora, o cenário é ainda mais sombrio. A Lusa disputa uma competição mais curta, a famigerada série C, e é desesperador ver que o plano de voo parece um filme repetido. Desse jeito, só mesmo se o pão com manteiga cair virado pra cima, para lembrar da metáfora de triste memória de um ex-presidente que também não deixou nenhuma saudade.

Por Luís Alberto Nogueira

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