Barros, Castanheira, Tomé e Reis disputam o pleito (Foto: Montagem com imagens de divulgação)

Na noite desta segunda-feira, no Canindé, ocorre a eleição presidencial da Portuguesa. Quatro candidatos disputam o posto: Alexandre Barros, Antonio Carlos Castanheira, Fernando Tomé e Manuel Reis. O programa Paixão Lusa, da Rádio Trianon, entrevistou três dos quatro nomes (Barros não concedeu entrevista) e o NETLUSA traz aqui os principais pontos dos papos.

Confira as entrevistas:

Fernando Tomé

Poderia falar um pouco sobre a parceria com a REAG Investimentos?


As tratativas com a REAG tem um bom tempo, por volta de quatro a cinco meses, e conseguimos finalizar o escopo do nosso trabalho para o ano que vem com eles apenas na sexta-feira. Foi uma reunião de cinco horas. O escopo de trabalho foi combinado. Muita gente questionou a carta de intenções por ser muito crua, mas pelo menos a nossa chapa mostrou que não é fake. O investimento existe e volto a repetir que só não sai se tiver algum empecilho do apoio do Conselho Deliberativo ou do COF do Clube. A gente conta com o apoio dos poderes para uma nova Portuguesa em 2020.

A REAG é uma investidora ou captadora de recursos?

A REAG é gestora de investimentos e captadora de recursos. Ela tem gestão sobre fundos. Deixando bem claro, ela administra fundos pertinentes as empresas deles.

Existe uma garantia que a REAG vai entrar com o dinheiro?

A única garantia é se a Revolusa vença a eleição. Ai vem o dinheiro. Isso é garantido.

Essa providência para os parcelamentos da dívida a Portuguesa teria que fazer isso para a REAG entrar ou eles vão ajudar?

Nós temos que fazer isso. Na realidade, o parcelamento especial ou Profut. Nós faremos isso. O pagamento viria deles para que fosse feito a regularização das certidões. Assim com os acordos trabalhistas também.

Quanto tempo após você, se for eleito, vai colocar em vigor o que está escrito no contrato?

Caso sejamos eleitos, na mesma semana vamos conversar com eles para colocar em prática o que foi combinado. No entanto, eu só posso assinar qualquer documento jurídico a partir de 1 de janeiro. Eu vou ter que convocar uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, depois do COF, apresentar tudo o que foi feito. Eu acredito nas pessoas e na boa vontade do Conselho da Portuguesa. Então, o que depender da gente, a reunião acontecerá no início de janeiro.

Lembrando que, se não tiver o acordo com o COF ou o Conselho este investimento não vem. O presidente e o vice presidente fizeram de tudo para este investidor vir a tona, mas só não sai do papel se for por problemas políticos.

Sem este acordo, tem plano B? É viável a Portuguesa sem a REAG neste momento?

Viável ela é. Vamos bater forte no marketing, com o Jorge Avancini, e no futebol, mas será aquela coisa, vamos ter aquela dificuldade tremenda. Não teremos aquele negócio de pagamentos mensais que é o sonho de qualquer administrador de Clube.

No item 1 da intenção de compromisso diz que os investidores financeiros vem com a intenção de auxiliar no futebol, sede social, enfim. A Portuguesa, teria 100% dos recursos da REAG ou entraria com uma parte do dinheiro e a outra a Lusa?

Uma parte do dinheiro. O ideal, o grosso que estamos trabalhando não podemos contar. O que passar disso, o Clube vai com isso por meio do marketing, venda de camisetas, entre outros.

Antonio Carlos Castanheira

O que te levou para se candidatar para a presidência da Lusa?

Eu acredito no potencial da Portuguesa como instituição. Aliás, eu nunca deixei de acreditar nisso. O que me levou a lançar a candidatura foram os últimos trabalhos que venho fazendo, com as propostas que tenho na plataforma. E foram acontecendo algumas coisas, que foram se tornando mais concretas e se aproximando da realidade. Eu tenho certeza e convicção que a proposta de gestão da Portuguesa vou colocar em prática. É a convicção que eu tenho de que posso colocar tudo que estou trabalhando em prol da Portuguesa e me preparei para isso.

Seu primeiro ato como presidente qual será?

Duas situações que tenho em mente: A primeira é entrar com o acordo, que já está preparado. Isso é um dos fatores que me motivou a lançar a candidatura. Eu tenho a consciência que se não conseguirmos fazer as desamarras jurídica é impossível sentar naquela cadeira e o trabalho que antecedeu proporcionou criar uma situação concreta para isso. Então esse é o primeiro ato. Vamos começar com todas as trabalhistas. A Portuguesa não tem apenas um credor.

O segundo ato, que é primordial, é uma reorganização dos departamentos da Portuguesa. Colocar os vices nos seus lugares, delegar funções, cobrar responsabilidades, organizar as diretorias do Clube e do Futebol. Qualquer empresa organizada anda bem, mesmo com dificuldades as coisas ficam mais fáceis quando está organizado. Então são as duas coisas que queremos focar antes de assumir.

Há um ano e meio, em uma reunião no Museu do Futebol, o presidente Alexandre de Barros afirmou que o maior problema da Portuguesa seria o outro universo de ações trabalhistas. É uma realidade isso e se este universo é negociável?

Tem que ser tratado um conjunto. É um pacotão. Não dá para isolar para dizer que A ou B é mais difícil. Eu acho que é um conjunto. E com certeza é negociável. A gente tem situação de Clubes fazendo essas negociações Brasil afora. Eu não posso entrar com detalhes estratégicos, porque a gente vai fazer essas negociações com o acordo já preparado. Tem que se olhar o todo e é o todo que vamos trabalhar.

Ai é opinião dele. Cada um tem a sua. Eu tenho noção e estamos trabalhando esse pacotão. Não é fácil fazer esse acordo. Tem que ter o aval do juiz e trazer todos os credores para uma mesa, mas precisa ser feito. Se é fácil ou difícil tem que ser feito. Eu acho que isso só vai poder acontecer quando sentar na mesa de negociação. É preciso uma estratégia jurídica para acontecer e essa estratégia já está montada. Agora é ir de fato para fazer a negociação com todo, para que possamos ver as receitas da Portuguesa pararem de ser bloqueadas.

É um acordo que vai proporcionar mais de 300 pessoas envolvidas. É muita gente. E não podemos esquecer que ainda temos a parte civil e também a parte fiscal e precisamos resgatar a credibilidade. Colocar a cara em uma demonstração que quer pagar e fazer a coisa acontecer e não se omitir.

A Portuguesa, historicamente, nunca foi de deixar de pagar as coisas. Porque os jogadores grandes vinham jogar na Portuguesa? Porque a Portuguesa pagava, tinha crédito. Eu acho que é isso que temos que resgatar.

O que você desenha para o futebol da Portuguesa?

Deixar bem claro que a junta permanece, bem em respeito aos homens que estão lá que são pessoas de qualidade. Muitos eu conheço e, aliás já falei. Só quero me inteirar como ficou essa parte de distribuição de cotas, quanto que ficou com o Clube e com os cotistas. Eu preciso me inteirar, mas olhando o que foi feito foi uma belíssima atitude que deveria ter sido feita lá atrás. Fazer agora? Eu tenho certeza que se isso tivesse sido feito lá atrás o futebol da Portuguesa estaria bem diferente. Mas a decisão foi tomada agora. O nome dos profissionais que foram contratados são de respeito. Eu conheço. Andei em 2015 com o Dunga (ex-vice de futebol da gestão Jorge). Eu conheço o trabalho do (José) Manuel na Ferroviária. Então imagino que a Portuguesa está no caminho certo e mais ou menos na linha do que falei dos departamentos. Futebol é resultado e sendo isso se essa equipe estiver dando os frutos que todos esperam essa equipe tem que ser incorporada à diretoria de futebol. E se eu decidir uma pessoa que não é dessa equipe ela precisa agregar e ajudar a trazer dinheiro, ajudar na criação de departamentos no futebol. Com organização conseguimos o nosso objetivo para conseguir os nossos objetivos, que é colocar a Portuguesa na Série A1.

Você tem o interesse dividir em departamentos o futebol. A Portuguesa pode aproveitar este período de janeiro até o final do Paulista para implantar o que você pretende desenvolver para auxiliar o futebol?

Essa é a estratégia. A pessoa que estará comigo, que vou conversar, mas está alinhado é não nos envolvermos na área técnica em respeito às pessoas que estão trabalhando, torcer e ajudar. Vamos aproveitar este tempo para implementar e criar os três departamentos de futebol. Então vamos nos dedicar para este trabalho que comecei em 2015, mas não deu continuidade em 2016 e o principal, que muitas pessoas não estão falando é a base. Já falei com muitos que estão lá. Uma coisa vou exigir, mas em 2 anos quero ver meio time nosso da base no profissional. Se os nossos dirigentes não forem competentes para fazer isso é outra história. Eu acredito que eles têm capacidade para isso, porque a Portuguesa tem história em formação de jogadores. Então eu vou, realmente, pedir o empenho para fazer a integração com a base, que em 2015 começamos a fazer. É óbvio que hoje temos o profissional que está agoniando e precisa de atletas mais experientes, mas não podemos esquecer da base.

Manuel Reis

Por que o senhor resolveu se candidatar para a presidência do clube?

O que me levou a ser candidato foi pelo fato que fui três anos vice-presidente e não tive a oportunidade de expor as minhas ideias e vontade de ajudar a Portuguesa. Porque até então eu tinha um presidente que era muito “eu”. Não é que ele não me deu espaço. Quando eu tinha ideias ele barrava. Depois de um ano e pouco, ele veio como gestor e como gestor ele que mandava. O vice não mandava. Então porque eu deixei. Já que ele era um gestor e tomou tudo para ele eu apenas acompanhava de longe. E hoje eu me sinto capaz de realizar o que não pude realizar. Hoje sou capaz de fazer melhor do que ele fez. Até então ele é candidato. Eu estou disposto a lutar pela Portuguesa e não ficar sentado em uma cadeira esperando cair do céu. Sou um homem de formação. Tenho 64 anos, cheguei em 1969 ao Brasil. Com 14 anos ninguém me sustentou porque arranjei o que comer e consegui me sustentar. Não tenho nada, mas o pouco que eu tenho não foi com falcatruas, nem isso nem aquilo. Tive alguns percalços na vida, que poderia estar melhor, mas era novo. Então eu acho que sou capaz de ser candidato na Portuguesa e surpreender. Eu tenho vontade de ser e farei o que não foi feito.

Como era o seu relacionamento com o atual presidente Alexandre de Barros? A Portuguesa não deu certo nestes três anos por causa de falcatrua?

Não e também não vou acusar ninguém sem provas. Não é a minha intenção só que existe um problema. Na Portuguesa, queira vocês ou não, o regime é presidencialista, uma pessoa decide e não adianta eu querer acatar porque as vezes não concordo, mas as vezes eu aceito. Às vezes as pessoas me perguntam o porque não fiz isso ou aquilo e ai eu falo: Ele era gestor e presidente e durante os três anos eu fui levando, ajudando o que podia lá com os funcionários e fui indo. Estou aqui hoje como candidato convicto para fazer melhor com ele. Porque nestes três anos ele não foi transparente.

Os demais candidatos não podem usar o termo omissão da sua parte?

Durante três anos fui vice presidente do presidente da Portuguesa. Tivemos alguns desencontros, tivemos. Concordâncias, não. Não adianta me chamarem de omisso, porque não fui. Eu chegava nele assim. Ele não queria me ouvir. Eu vou ficar me esgoelando no meio da praça? Sair nos jornais? Para o bem da Portuguesa, resolvi ajudar do jeito que posso. Hoje eu sei que, como candidato eu preciso ser transparente e formar uma diretoria melhor que eu e eu quero que todos venham me ajudar. E eu prometo uma coisa para o conselheiro da Portuguesa. Não vou ficar sentado em uma poltrona não. Eu vou para a rua pedir ajuda, vir investimentos para o futebol, pois já tenho algumas na cabeça, mas não posso revelar. Tenho um pessoal que vai me ajudar no futebol, nos programas da Portuguesa.

Pretendo fazer uma sauna. A sauna está lá é só arrumar. A Portuguesa não tem dinheiro, mas vou atrás da pessoa que pode arrumar e algum rendimento que isso me der. Tem as piscinas que infelizmente tivemos que derrubar, que ai eu me incluo, tenho a ideia de fazer uma arena de eventos. Temos onde está a feirinha da madrugada, se não vingar, temos a oportunidade de fazer aqueles campos society para fazer receita. Ou seja, sauna, futebol society, piscina, onde podemos fazer e vai ser feito. E quero dizer para vocês que, como presidente, vou surpreender, porque tenho muitas coisas para fazer.

O relacionamento não é dos melhores. Tem um áudio do dele (presidente) lhe criticando. É verdade que ele lhe procurou para que você fosse o vice presidente dele?

É verdade. O Davi (assessor) está aqui e ouviu isso hoje dele. Não porque já registrei a minha chapa e ele dá dele. Então não há mais condição. Mas isso rolou mais de uma vez. De jeito nenhum (eu aceitaria ser vice dele). Você sabe que eu era candidato da assembleia e me foi ceifado isso porque “fulano não quer que eu seja”. Infelizmente, na Portuguesa tem muito disso das vaidades, do “Mané não” e por isso eu digo Alexandre não. Então, ele hoje me perguntou se dos três qual ele não gostaria que fosse eleito e eu falei que era ele. Ele demorou para registrar os conselheiros, para criar um Conselho quando o Dunga renunciou que também ele não tinha muito interesse. Então eu não quero estar com ele. É um direito meu. Ele pode ser honesto o que for, mas o planejamento foi errado. Ele errou com a feirinha, a documentação do Clube que colocou todos para correr e o Clube não conseguiu a documentação que precisava e não me levava para nenhuma reunião a não ser que eu invadisse. Se ele é um presidente participativo: “Mané eu vou para um lugar, vem comigo”. Me escuta um pouco. Então é isso o meu problema quanto ao atual presidente. Não consegui ser o presidente da assembleia por vaidades dele. Eu tinha um monte de fichas assinadas de membros para serem conselheiros. Se eu fosse irresponsável eu teria rasgado, coisa que não sou. E os meus amigos que estavam na ficha e queriam ser conselheiros? Se eu rasgasse só teria uma chapa. A Portuguesa precisa de um homem de coragem, raça, falar a verdade, vir a público e ser o máximo de transparência. Eu eleito, vou trazer quem quiser ajudar a Portuguesa. O dia após a eleição já convidarei quem quiser ajudar, que precisarei da ajuda de todos.

Como vai funcionar a eleição na Portuguesa?

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