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Executivo admite situação financeira ruim e quer atletas com a ‘faca nos dentes’

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(Foto: Lucas Ventura/NETLUSA)

Lucas Ventura

Após a eliminação na Copa do Brasil, na última terça-feira, com a derrota para o Ituano, a Portuguesa deu início ao planejamento para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, que terá início no dia 17 de maio, diante do Londrina.

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O Portal NETLUSA conversou com o executivo de futebol do clube, José Reis, que falou sobre a montagem do elenco para a terceira divisão nacional.

O dirigente rubro-verde não escondeu a situação financeira difícil da Lusa, e quer atletas focados no trabalho. Ou, como ele mesmo disse, com a ‘faca nos dentes’.

Confira a entrevista completa:

NL: A Lusa vai contratar grandes atletas?
JR: Não podemos pensar em jogadores de nome porque a realidade da competição é totalmente contrária. É uma experiência nova, o clube nunca disputou uma Série C. Fizemos um mapeamento no mercado, envolvendo jogadores de Série A2 e de outros times do Rio, Minas e São Paulo. E paralelo a isso, estamos analisando o elenco atual que temos.

NL: Qual o orçamento da Portuguesa?
JR: Temos um orçamento modesto de R$ 200 mil e precisamos ter criatividade e ser pontuais nas contratações.

NL: Alguns jogadores da Série A2 serão contratados?
JR: É uma boa probabilidade, só que pelo incrível que pareça, temos uma concorrência muito grande da Série B. E infelizmente o atleta se apega ao salário e não entende a amplitude de defender um clube como a Portuguesa. Outro dia estava conversando com um atacante e falei para ele: se você fizer cinco gols na Lusa, o Brasil todo vai saber quem é você. Agora, se você for para outra equipe menor da Série B, você pode marcar dez que, mesmo assim, não vai ter essa projeção. E o atleta não pode vir para Portuguesa só por causa de salário. Precisa entender o projeto do clube. Queremos jogadores com ‘faca nos dentes’. É um momento de reerguer e o atleta precisa entender isso.

NL: Considera difícil os jogadores entenderem o projeto da Lusa?
JR: Muitas vezes não é o atleta, mas quem está ao lado deles. Muitos jogadores são desprovidos de conhecimento, de estudo… Não conseguem ter uma visão de onde podem chegar. E são influenciados por quem está do lado. Tem empresários ótimos, mas tem alguns aventureiros que só priorizam isso, porque dependem do dinheiro que o atleta vai ganhar para sobreviver. Eles não conseguem mostrar o que representaria, por exemplo, para o zagueiro do São Bento jogar na Portuguesa em um momento de retomada. O que poderia representar ao jogador. E a maioria não consegue fazer isso.

NL: Empresários já ofereceram atletas a vocês?
JR: A gente recebe muitos telefonemas. Tem clubes, também, que oferecem alguns atletas que não estão sendo utilizados e com o salário pago, mas ele vem sem comprometimento nenhum. Prefiro buscar aquele cara que tem uma mescla, de qualidade técnica com um bom histórico e, se puder, que tenha conquistado acesso. Ele sabe o caminho. Isso ajuda. E evitar contratar atletas que vêm de rebaixamento, porque o momento psicológico não é favorável.

NL: Você pretende formar uma equipe mais jovem ou mais velha?
JR: A experiência às vezes não está relacionada com idade, porque o jogador pode ter 24, 25 anos e ser rodeado. E também um de 34 pode ser que não tenha a experiência naquilo que precisamos. A gente estabeleceu alguns critérios, mas a idade será considerada em relação ao currículo.

NL: Para finalizar, sentiu alguma diferença em trabalhar em uma grande equipe como a Lusa?
JR: Já senti. Trabalhei também no Criciúma, claro que não tem a história que tem a Portuguesa, mas possui uma grande torcida. E tivemos no Mogi Mirim com uma passagem bem sucedida em 2013. O fato de a Lusa ser uma grande marca ajuda, mas também atrapalha, porque o atleta tem dificuldade para assimilar o salário que estamos oferecendo. O que temos para pagar hoje é incompatível com a grandeza do clube. Precisamos trabalhar com responsabilidade. Não viemos para aumentar as dívidas. Existe a dificuldade, porque quando se fala de Portuguesa, o cara acha que vai ganhar um nível que o nosso orçamento não permite.

Foto: Lucas Ventura/NETLUSA

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