Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Uma semana depois do maior tombo da história gloriosa da Associação Portuguesa de Desportos na cidade mineira de Tombos (triste ironia), uma plantação fértil de notícias deixou o torcedor como barata tonta – leilão do estádio, tombamento do mesmo, parceria com o Audax e pitadinhas diversas da mesquinha política que permeia as alamedas do Canindé.

VOCÊ JÁ VIU?
O que a história dirá de nós afinal?

No entanto, as declarações do digníssimo mandatário do clube de que não teria nenhuma culpa pela tragédia se destacaram. Segundo ele, a situação falimentar é resultado da gestão temerária dos seus antecessores e especialmente uma consequência do famigerado Caso Héverton. Ou seja, do passado que condenaria a todos.


Depois de ruminar essa desculpinha por dias (não é fácil engolir) e uma sucessão de noites mal dormidas, o torcedor pode chegar a uma conclusão mais profunda, usando a mesma régua e fatalismo do nosso excelentíssimo presidente. Se afinal tudo está escrito e a queda era irremediável, por que não apontar o verdadeiro responsável pela nossa existência?

O verdadeiro culpado da queda da Portuguesa para a série D – o ponto mais baixo de sua trajetória de 96 anos – é Pedro Álvares Cabral. Sim, isso mesmo, você não leu errado e vai entender já já por que.

Se o navegador lusitano não tivesse se desviado da sua expedição – por acidente, como na versão oficial, ou não – o Brasil não existiria.

Sem isso, não seríamos colônia portuguesa. O que certamente faria com que a APD jamais fosse fundada. Seria Associação Holandesa, Francesa, Alemã, Italiana, complete como quiser, de Desportos.

Consequentemente não atraíria dirigentes de moral flácida, inépcia inacreditável e coragem inexistente para os seus quadros. Uma turma disposta a levar vantagem pessoal 100% do tempo e fazer juras de amor pela mídia ao clube

O estádio do Canindé, alvo de intensa especulação imobiliária nos dias de hoje, não seria erguido nem na mente de Oswaldo Teixeira Duarte.

Também Héverton não seria escalado numa última rodada de Campeonato Brasileiro de forma irregular – aliás, que Campeonato Brasileiro, que STJD, que Joinville, ó pá? E assim nenhum dirigente espertalhão colocaria todas as falhas e notória incompetência na sua conta.

Pronto, resolvido. Pode malhar o Cabral como se fosse o Judas no Sábado de Aleluia.

Por Luís Alberto Nogueira

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