Foto: Wilton Júnior/Estadão

O ex-presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, decidiu romper o silêncio e falar sobre o ‘Caso Héverton’, que rebaixou o clube do Canindé para a Série B em 2013. Em entrevista ao Globo Esporte, o ex-mandatário rubro-verde acredita que a escalação do então meia-atacante foi um erro e não crê em venda de vaga.

“O que aconteceu foi descuido. Não acho que alguém ganhou algum centavo. É conversa mole falar que não sabia que seria julgado. Sempre sabe, sempre foi assim. Vem a pauta para o jurídico, o jurídico manda para a comissão técnica, para o encarregado, sempre foi assim. O julgamento foi em uma sexta, o jogo seria no domingo. Sestário deveria ter comunicado alguém. Ele disse que comunicou. Se entrevistar o Valdir, vai falar que não recebeu comunicado nenhum”, disse.

Da Lupa, que teve o mandato terminado ao final de 2013, não tem certeza que Osvaldo Sestário, advogado que representava a Portuguesa nos julgamentos no Rio de Janeiro, avisou Valdir Rocha, advogado do clube.


“Não posso falar que avisou, porque a primeira vez que falei com o Sestário, ele me desmentiu. Ele não falou para mim que tinha avisado. Eu não posso dizer se o Valdir recebeu a ligação. Sestário falou em uma reportagem que eu e o Valdir teríamos pedido para ele assumir a culpa. Isso é mentira. Nunca pedi para ele assumir porra nenhuma. Nunca disse isso. Eu vi a esposa dele com a camisa do Fluminense… Não posso dizer que foi desonesto. Acho que foi cagada interna. Não acredito que tenha gente envolvida”, disse.

“Foi uma falha coletiva. Acha que eu pegaria algum centavo para deixar o time cair? Tem que ser muito imbecil. Que houve falha interna, eu tenho que admitir”, complementou.

O ex-mandatário da Portuguesa não tem dúvidas e é da opinião de que os responsáveis pelo departamento de futebol do clube, na época presidido por Roberto dos Santos, deveria tirado Héverton da concentração com os demais atletas. “Não digo que armaram. O que o futebol deveria ter feito é: chegou na sexta-feira, final do dia, terminou o julgamento. Valdir, cadê o resultado? Não sabe? Chega no diretor de futebol e tira o cara da concentração. Como fizeram nesse caso do Edno, dois anos antes”.

Longe da Lusa há três anos, Da Lupa foi ao Canindé nos últimos anos somente em duas oportunidades, ambas em reuniões do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização). O ex-dirigente lamentou a atual situação do clube, que sofre na Série C, e se sente culpado por todo acontecimento.

“Influência direta acho que não tive. Eu me sinto culpado nesse negócio do Héverton. Posso falar para você, de coração, que não tive influência em termos de sacanagem e roubalheira. Pode por defeito, mas isso não sou. Não me sinto culpado por a Portuguesa estar na Série C. Mas pô, que culpa eu tenho?”, indagou.

“Fiquei nove anos no clube. Nunca aconteceu absolutamente nada. Doutor Valdir fazia as defesas do clube em tudo que era lugar. No Rio, era o Sestário. Esse negócio do Héverton, juro pelo meus filhos… Só fiquei sabendo na terça-feira, quando me falaram”, concluiu.

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